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[ANTIGO] [Shounen / Romance / Comédia] Four Sun - New Generation

3 participantes

description[ANTIGO] [Shounen / Romance / Comédia] Four Sun - New Generation - Página 2 EmptyRe: [ANTIGO] [Shounen / Romance / Comédia] Four Sun - New Generation

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13: Haru finalmente chega à Big Bright!

Ryan estava atônito. O que ele mais temia aconteceu: foi-se feito um refém, e o pior de tudo, é que o refém era a sua irmã menor e eles, seus sequestradores, com certeza já sabiam disso.

Aquele parecia um pesadelo. Primeiro o seu pai, e agora ela. A sua situação se reverteu de uma forma impressionante: antes os tinha em suas mãos, agora são eles quem tem tudo sob controle.

Viu-os lentamente caminhar para perto dela, que terminava de emergir das paredes. Kikuchi usou a sua mão imunda para empurrá-la com violência, a fazendo cair sobre os joelhos, para frente.

— Miserável...!— Praguejou o rei impotente.

— E então, pequeno Ryan? Já mudou a sua maneira de pensar?— A ironia e a confiança falavam mais alto e claro no tom de voz de Kikuchi, demonstrando-os que já sabia sobre sua imensa vantagem.

Ryan não lhe deu ouvidos, estava ocupado demais pensando em uma forma de se livrar daquela situação. A sua calmaria deixava claro que ele estava analisando a sua atual condição para elaborar um bom plano.

O luminosiano agiu rápido. Bateu a palma das mãos no solo e fez moldar, frente a ela, um braço feito com o mesmo material que agora compunha o chão.

Os dois ao lado dela sequer tiveram tempo de reação, quando deram-se conta do ocorrido, a pequenina já havia sido pega e levada janela a fora.

Kikuchi franziu o cenho, cerrou os dentes e, com uma única e aparentemente simples braçada ele partiu o braço na metade, algo que causou espanto em Ryan.

Sem qualquer sustento, a garotinha, ainda nas mãos do membro de terra, acabou por cair junto com o mesmo. Veron saltou a janela e parou no ar.

O perseguidor voou frontalmente direção à ela, estendendo a sua mão para tocá-la. Já a milímetros de tocá-la, ele sorriu para ela que o olhou aterrorizada.

— Guuaaargh!— Gritou em uma tentativa inútil de agarrá-la, mas tudo o que pegou foi nada.

O que havia a sua frente era nada mais que um brilhante rastro de luz dourada que se dissipou com o movimento de sua mão mas claramente marcava todo um caminho a sua frente.

Percorreu-o com os olhos em busca da pessoa que o deixou ao passar por ali, notando que o mesmo desapareceu no horizonte, em um pequeno brilho de luz.

— Q-Que diabos...?!— Veron não entendeu nada.— Será algum samurai...? Mas quem aqui nesse mundo, além do rei, seria capaz de se mover a essa velocidade?

— O que está esperando aí, soldado Veron?! Vá atrás dela!— Seu mestre apareceu da janela e lhe deu a ordem.

— Sim, Kikuchi-sama.— E avançou ao horizonte, seguindo aquele rastro de luz deixado para trás.

Kikuchi se virou a tempo de ver Ryan erguer o punho para socar-se no estômago, mas se moveu tão rápido para as costas dele que foi capaz de chegar lá antes que ele pensasse em efetuar o movimento.

Ele o agarrou pelos pulsos e liberou em seu corpo uma inebriante descarga elétrica, tão poderosa que ao atingir o seu sistema nervoso, o paralisou por completo.

— AAAAAAHH!— Ryan gritava, enquanto o seu corpo estremecia, esfumaçando-se.

— Ryan!— Exclamou o rei, preocupado com o filho que havia se ofuscado com o brilho dos sinais elétricos que não cessavam os seus estouros.

Ao enfim alcançarem o sistema nervoso de Ryan, as descargas elétricas o paralisaram por completo, deixando-o a mercê do malvado Kikuchi.

Ryan foi, com todo o cuidado, posicionado de joelhos por Kikuchi que claramente tinha medo do que poderia acontecer ao talismã, que ele ainda tinha no estômago.

Kikuchi levou a mão esquerda até a cabeça de Ryan, agarrou-lhe os cabelos e os puxou, fazendo-o retrair a expressão com a dor.

— Você vai ficar aqui quietinho...— soltou-o — Terá que ficar bem acordado para presenciar o sofrimento de sua querida irmãzinha, após a pegarmos.

— M-Maldito! Não ouse tocar um só dedo nela ou eu...!— Ryan o ameaçou.

Kikuchi dava risadas de Ryan, pelo fato de o mesmo, no instante, estar incapaz de mover um dedo e de joelhos, mas ainda insistir em enfrentá-lo.

Ignorou-o pois não podia feri-lo, levou as mãos às costas e se dirigiu à janela, a cerrando para impedir que todo o ar gelado de sua sala emanado pelo ar-condicionado escapasse pela abertura que ela dava.

Lá fora, a perseguição continuava. Sara mantinha seus dois olhos fechados, ela curiosamente ainda esperava pela queda. Não se dera conta de que fora salva.

Salva por um garotinho que sequer era um habitante do mesmo mundo que ela, um jovenzinho nada típico, baixinho, de cabelos cor de abóbora arrepiados, pele clara e brilhantes olhos castanhos.

O topo de sua cabeça era enfeitado por uma brilhante auréola de cor dourada assim como suas asas, que forneciam um rastro contínuo de luz por onde quer que ele passasse.

Ele a tinha em seus braços, carregando-a no colo por onde quer que fosse. Sara lentamente abriu os olhos, cansada de esperar pelo destino que nunca lhe vinha.

— Hã?— olhou para um lado, olhou para o outro. Desviou o seu olhar para cima, fitando o rosto de Haru.— Quem é você?

— O meu nome é Haru, mas e você, por que tava voando pela janela quando eu cheguei nesse planeta?— Indagou-a, confuso.

— É claro que eu não fiz aquilo de propósito, eu nem sei voar, por que eu faria uma loucura dessas?!— Esbravejou.— E além do mais você claramente não é desse planeta, então me diz logo o que está fazendo aqui e de onde vem!

— Hum...eu vim da Terra, sou um terráqueo!— Sorriu e lhe disse em resposta.

— Já ouvi falar desse planeta mas...lá, todo mundo tem asas e uma auréola...? Tipo um anjo...?— Curiosa, ela levou o dedo até a sua auréola, tocando-a de leve.

— N-Não!— Haru tentou impedi-la pois já imaginava o que iria lhe acontecer, pois ocorria com todos. Mas ela não levou nenhum choque ou reagiu de modo estranho, o que o fez deduzir que ela, assim como ele...— Uau, você também tem o coração puro!

— Como é...?— Não entendeu bulhufas do que ele disse, mas no exato momento em que tiraria essa história a limpo, a sua atenção foi roubada por seu perseguidor, que ainda estava no encalço deles.— Ei, olha ele lá, ele está vindo!

— Tá falando daquele cara que tentou te pegar quando você tava caindo?— Questionou-a, olhando para trás. Ela assentiu.— Você pode ficar tranquila, eu não vou deixar ele te machucar!

E explodiu em impacto, arrancando para o horizonte e sumindo em um brilho momentâneo de luz. Vê-lo aumentar sua velocidade de voo de forma tão abrupta, fez Veron deduzir algo.

— Eles já sabem que eu estou quase os alcançando.— Franziu o cenho, o seu maior medo era falhar na missão de levá-la de volta pois uma falha era algo que Kikuchi definitivamente não tolerava.— Eu não vou deixá-los fugir!

Veron também explodiu em impacto, aumentou a sua rapidez de voo em um só instante e desapareceu no horizonte. Em pouquíssimos segundos já podia vê-los novamente.

O vilão se desesperou, ao descobrir-se incapaz de acompanhar a velocidade de voo do garotinho lá na frente. Ele se afastava cada vez mais e Veron, ao contrário dele, se aproximava do cansaço.

Como último recurso para impedi-los de escapar, começou a os atacar com suas esferas de ar comprimido. Como o esperado por ele, Haru esquivava-se de todos, porém o seu objetivo foi atingido: fazê-lo retardar a velocidade de voo.

As esferas de ar comprimido colidiam com as montanhas abaixo, reduzindo-as a pó em somente um instante. Haru não deixava de se impressionar com o poder de seu inimigo, mas não podia lutar com ele ou pelo menos não por enquanto.

— Ele tá quase alcançando a gente!— Sara, que podia vê-lo, não parava de avisar a Haru sobre a posição do oponente.

— Vou tentar despistar ele!— Haru cortou voo para a direita e foi, como o imaginado, seguido por ele.

Veron continuava a lançar esferas de ar comprimido contra Haru que somente desviava de todas, com um sorriso serelepe nos lábios. Ele dava giros em pleno ar, divertindo-se com aquilo.

O seu adversário se irritou com isto.

— Maldito nanico, está brincando comigo!— Praguejou. Sorriu ao se ver ao lado dele.— Agora eu te pego!

Haru olhou para o lado perplexo por vê-lo tão perto. Ele esticou o braço para o lado e efetuou o bote tentando pegá-los mas, mais uma vez, tudo o que conseguiu pegar foi nada.

Somente uma projeção óptica foi deixada para trás pelo garoto que centenas de metros a frente dava língua e acenava para ele. Haru continuou seguindo para o norte a todo vapor.

Ele efetuou o pouso após encontrar um local aonde achava que poderia enfrentá-lo. Pôs Sara de pé e virou-se de frente novamente para a direção da qual viera. Sara estranhou a sua atitude.

— O que foi? Despistamos ele, não...?— Perguntou, desconfiada.

— Quase isso, mas ele ainda tá vindo por aí.— afirmou o baixinho — Se esconde atrás daquela parede e só sai quando eu disser.

— Por quê? O que você tá pensando em fazer?— Perguntou.

Haru olhou mais para cima e viu um ponto de luz brilhar. Era ele, não tinha dúvidas.

— Corre!— Ordenou em desespero, ao constatar que era ele, de fato.

Sara o obedeceu, escondendo-se dentro do quintal de uma das muitas casas abandonadas daquela cidade. Ela apoiou as costas sobre a parede a frente e jogou o rosto para o lado, a fim de observar tudo.

Podia ver Haru parado, esperando por seu perseguidor, que, no instante, terminava de pousar de frente para ele. Sara se perguntava o que ele pretendia.

Muitas coisas ela se perguntava sobre ele, o que é de se esperar quando, do nada, você vê alguém totalmente diferente da raça de seu planeta chegar e te salvar.

Mas ignorou as dúvidas, resolveu prestar atenção.

— Saia da minha frente e vá embora, nós não temos porque lutar já que a White Volcano não tem nada contra você.— Começou Veron.

— Mas eu tenho tudo contra vocês, e diferente do que você acha eu digo que também deveriam ter contra mim.— pôs-se em posição de luta — Não vou deixar que você machuque ela!

— Pela aparência, você vem da Terra. E-Espera!— Veron passou a se lembrar de algo que escutara sobre um terráqueo que perdeu pra Yuzuko quando o mesmo esteve na Terra.— Você é o nanico que foi derrotado pelo Yuzuko...! — se colocou em sua pose de batalhar — Deixe-me alertá-lo sobre uma coisa: dentro dos White Volcano, ele, o Yukuzo, sempre foi o mais fraco.

— Também quero te avisar de uma coisa: nenhum de vocês já conhece a minha verdadeira força, eu não vou perder tão facilmente!— Exclamou, confiante.

— Ora, que anãozinho mais petulante...— falou, segundos antes de finalmente investir contra ele.

Na metade do caminho, Veron sacou a sua espada e desferiu o corte frontal contra o rosto de Haru, que se agachou e contra-atacou com um chute no estômago.

O golpe foi tão forte que arremessou para longe e o teria jogado sobre o chão, se o mesmo não tivesse levantado voo no instante. O golpe seguinte desferido por Veron foi uma voadora vinda do ângulo em que ele estava.

Haru recuou e ele atingiu o chão com todas as forças. Um rápido chute giratório foi efetuado depois, o garotinho se agachou, girou e o atacou com uma veloz rasteira. Veron deu um breve salto escapando do golpe do garoto.

Ainda no ar, ele girou novamente e desferiu o chute. O baixinho se defendeu do chute usando os braços, girou as mãos, o agarrou na canela e começou a girá-lo com toda a força e velocidade.

Para encerrar a sequência, ele o atirou contra o chão com força, saltou e caiu sobre o estômago dele com os dois pés, a quantidade de saliva que ele vomitou deixou claro que o golpe doera nele, e muito.

Com um único salto mortal para trás Haru se distanciou dele. Os dois eram observados por Sara, que se surpreendeu com o que vira ocorrer.

— Impressionante! — Sorriu esperançosa.— Ele é muito forte, ele tá vencendo!

Veron se levantou da cratera na qual fora enterrado, limpou de leve o canto da boca com as costas da mão e voltou a encará-lo.

Ele percebeu que, um inimigo do tipo dele, Haru jamais seria capaz de derrotar em uma batalha. Isso o ajudou a perceber também que a Via Láctea é grande, assim como o resto do universo.

Há guerreiros mais poderosos do que os da White Volcano.

Dar-se conta disso o fez enfurecer-se. Já não bastava Santsuki, e agora um "anãozinho" que veio de um planetinha como a Terra?! Se sentia humilhado.

— MALDIÇÃO! MALDITO SEJA!— Praguejou com todas as forças. Desviou o seu olhar para Haru, ainda em fúria.— Eu não vou... NÃO VOU PERDER PRA UM ANÃO COMO VOCÊ!

Veron esticou os braços e abriu a palma das mãos, mostrando-as para ele. O vilão concentrou todas as suas energias na esfera de ar e um raio de vento comprimido foi disparado.

Haru ficou em guarda. Abriu a boca e concentrou chikara frente a seu rosto, formando uma esfera em chamas. Sorriu para ele.

— Seu bobão!— estufou o peito, jogou o rosto para trás e, após voltar, soprou chamas na esfera — KITSUNE BII!

Um jato de fogo foi disparado da esfera materializada por Haru, o raio colidiu com o outro e o sobrepujou consumindo-o facilmente, e depois percorreu todo o caminho até atingi-lo em cheio e explodir.

A explosão levantou ventania e poeira, forçando Haru a lutar pra se manter no chão. A força do impacto fora tão grande que fez todas as rochas do solo desprenderem-se do mesmo.

A explosão finalmente cessou, revelando, além de uma cratera, uma mancha enorme de fumaça que se dissipava com o ar. Ele viu que nada sobrou de seu adversário.

— Incrível, você é muito forte!— Sara o abraçou pelas costas, lhe agradecendo por tê-la salvo.— Obrigada por me salvar.— O beijou no rosto.

— Não foi nada.— Retrucou Haru, afagando-lhe os cabelos com a mão esquerda.— Ei, você pode me contar o que tá acontecendo aqui? Por que aquele cara tava te perseguindo e por que você caiu daquela janela?

— Há três dias esse planeta foi atacado por alguns alienígenas. Eles mataram um monte de gente, muitos conseguiram deixá-lo bem há tempo mas alguns não tiveram a mesma sorte e foram mortos depois de pegos. O meu pai foi o único que ousou desafiá-los, mas foi facilmente derrotado pelo chefe deles na frente de todos. — Contava-lhe com certa angústia no olhar, era notável.— Eles dominaram a torre do meu papai e levaram ele preso, disseram pra gente que só iriam deixar ele ir se déssemos o talismã da neve.

— Então não era mentira e eu não me enganei, ele estava aqui o tempo todo!— Haru agora estava mais confiante.

— O meu irmão mais velho teve a ideia de engoli-lo para que eles não pusessem as mãos, m-mas...por culpa minha ele foi preso igual ao meu papai. Graças a ele eu pude escapar mas eu teria sido pega de novo, se não fosse por você. Obrigada.— Agradeceu-o novamente.

— Sem problemas.— Disse-lhe ele, em resposta.— Escuta, por que é que aqui tá fazendo tanto calor?— Haru se abanava o tempo todo, notou isso desde que entrou na atmosfera.

— Eu nunca soube o porque em detalhes, mas o meu papai uma vez me contou que é porque o nosso planeta emite luz própria, ele não precisa orbitar nenhum astro. Aqui não existe a noite como nos outros planetas e nós não precisamos de água para nada além do banho, mas isso o meu papai e o meu irmão trazem de outros lugares todos os dias e levam para uma sala especial que temos aqui.— Lhe explicou.

— Ah, então é por isso.— Haru olhou em volta — O seu planeta é bem maior do que a Terra, e é muito bonito também. Tá bom — ele esmurrou o peito, determinado — eu vou ajudar vocês a se livrarem desses bandidos!

— Sério?— Indagou-o, esperançosa.— Eles são muito perigosos, você acha que pode com os outros? Quero dizer, o chefe deles pôde vencer o meu papai facilmente...

— Não se preocupa comigo, eu também sou muito forte, posso te garantir que não vou perder tão facilmente! Além do mais, eu já ia ter que lutar com eles de todo o jeito, já que vim aqui pra recuperar o talismã do meu reino...— Retrucou.

— Então você também tá atrás do talismã...— ela desviou o seu olhar para o pé do garoto, que não estava no chão.— O seu pé... ele tá machucado...?

— É, eu...— Haru estava prestes a explicar a ela tudo o que teve que passar para chegar até ali, quando sentiu uma energia que lhe era muito familiar. Desviou o seu olhar para o céu.— É ele, tá chegando!

— Q-Quem...?— Sara lhe perguntou, fitando a mesma direção.

— O malvado que me derrotou lá na Terra e quase me matou.— Respondeu. Sorriu.— Agora eu vou ter a minha revanche! Corre pra lá de novo, esse cara também é perigoso!

Sara assentiu e correu, voltando pro lugar para aonde escondeu-se na primeira ordem e no primeiro inimigo de Haru. Sara observava o pequenino que parecia ter a mesma idade que ela — se não for mais novo — sorrir confiante olhando pra cima, enquanto uma nave branca se aproximava mais e mais da superfície.

Depois de salvar Sara das garras de Kikuchi, Haru enfrenta e derrota um dos temíveis guerreiros da White Volcano! Agora, ele se vê de frente para a última chance de recuperar o talismã da terra! Dê o melhor de si, Haru, você consegue!!!

Fim do décimo terceiro capítulo.

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14: Confusão: A chegada de um jovem misterioso!

Haru não conseguia parar de sorrir, era estranho para ele porque, de certa forma, estava ansioso por aquilo. Na verdade sentia-se assim internamente desde que deixou a Terra, mas vê-lo chegar pareceu ter feito esse sentimento vir à tona.

Os seus olhos pararam sobre a nave do inimigo, seguindo assim o trajeto que a mesma percorria no céu, antes de alcançar a superfície do planeta. Podia sentir, o Talismã Essencial ainda estava com ele.

Era isso o que fazia tudo valer a pena. Isso justificava a sua forte vontade de derrotá-lo, de vingar-se dele pelo que ele lhe fizera quando esteve na Terra.

Uma das coisas que mais desejava ali era mostrar a eles que não deviam subestimá-lo e provar o quanto é forte, mas a sua mais nova motivação falava mais alto: a de salvar o mundo de Sara das garras daqueles malvados.

Yukuzo estava desconcertado. Tudo começou no momento em que rompeu a barreira do som com a nave, ao adentrar a atmosfera do planeta.

Todos os comandos da nave se inverteram; quando pressionava um botão, uma ação diferente era executada. Quando se aproximava dos fios, dos interruptores e das tomadas, levava uma atordoante e dolorosa descarga elétrica.

Sentiu cheiro de combustível, os seus olhos marejaram e o seu nariz se irritou, tudo devido a fumaça que agora subia dos espaços por entre os botões no painel que havia a sua frente.

— Grrr!!— Grunhiu com as mãos sobre a cabeça.— Mas o que é que está acontecendo aqui?!

Ele se lembrou que aquele planeta era totalmente diferente dos outros em que já esteve algum dia, e muito provavelmente todos os defeitos que ali ocorriam, devia-se a isto.

Um planeta que emitia energia própria...era raro, até mesmo no universo. O membro da organização mais poderosa da Via Láctea pôs a mão no bolso de trás da calça, checando se ainda tinha o talismã.

Suspirou aliviado ao constatar que o mesmo ainda estava ali. Ele já estava se preparando para o pior: saltar da nave para escapar de uma possível explosão.

E infelizmente para ele, isso não demoraria muito a ocorrer...

Yukuzo correu por toda a pequena sala da nave, pressionando de modo aleatório todo e qualquer botão que via pela frente, a sua última tentativa de salvar a nave.

De repente, as luzes ali começaram a piscar em um forte tom de cor escarlate, iluminando toda a sala. Ruídos ensurdecedores tomaram todo o cômodo e algumas letras começaram a piscar no telão.

Como se já não bastasse isso, a nave foi violentamente atacada por Haru que a atravessou por baixo, ao atingi-la com um gancho na região em questão.

Ele transpassou o teto tão rapidamente que não deu nem tempo de reação a Yukuzo, o jovem alienígena não pôde ver nem o seu vulto ou o seu rosto, tudo o que sabia era que foi atacado.

— Mas o que diabos...!?— Ele se auto-interrompeu ao ver que, agora, não faltavam mais do que alguns segundos para aquela espaço nave detonar.

Correu na direção do buraco aberto no chão por seja lá quem foi que o atacou e saltou, vendo-se do lado de fora momentos depois. Enquanto se preparava para manter-se no ar com o seu voo, Yukuzo olhou para trás a tempo de vê-la explodir em plenos céus.

Os destroços da nave pulavam meio a cortina de fumaça deixada pela detonação da nave. O que Yukuzo temia não era a explosão em si — estava convencido de que sairia intacto dela — mas sim algo que pudesse acontecer ao talismã.

Quando a nuvem de fumaça se espalhou pelo ar, desaparecendo, ele finalmente pôde ver quem foi que o atacou. Parado no ar, com os braços cruzados, um sorriso no rosto e as asas batendo, ele parecia desafiá-lo.

Haru...

Yukuzo ficou perplexo ao lembrar-se daquele rosto. Achou que o havia matado enquanto esteve na Terra e nem se lembrava mais dele, porém agora viu que estava redondamente enganado.

Enquanto lentamente se aproximavam do chão no mesmo ritmo eles se encaravam, Yukuzo abriu um meio-sorriso para Haru, que fez o mesmo, como se retribuísse.

Tac!

Pousaram ao mesmo tempo, a poucos metros de distância um do outro. Haru agora mantinha uma expressão séria na face, mas seu inimigo, diferentemente dele, não parava de rir.

Ventos frescos chegaram a arena desértica, esvoaçando roupas e cabelos dos guerreiros que se defrontavam frontalmente. Sem ainda se mostrar, Sara foi se aproximando para vê-los melhor.

Escondeu-se por detrás de uma rocha que tinha duas vezes o seu tamanho, se agachou e inclinou o rosto para olhá-los. Nenhum dos dois ainda havia feito um movimento.

— Você é o pirralho que eu deixei a beira da morte enquanto estive naquele planetinha chamado Terra...— Yukuzo buscava em sua memória os últimos momentos em que esteve lá.— Pensei que você tivesse morrido, eu deveria ter ficado para me certificar. Mas enfim, eu vou me encarregar de matá-lo e de não deixar que você saia com vida dessa vez, garotinho sortudo...

— Fique sabendo que dessa vez não vai ser tão fácil, eu não tô pretendendo perder! Agora eu tenho coisas muito mais importantes pra proteger aqui, não vou deixar que vocês façam mal às pessoas desse planeta!— Haru declarou, e pôs-se em guarda.

— Bem, chega de falar...vamos logo acabar com isso porque eu ainda vou...— Ser golpeado diretamente no estômago pelo baixinho que, até então, apenas o escutava, fez-o se interromper.

Uma projeção óptica era o que estava no local em que ele antes olhava, deixada para trás pelo garoto no local em que estava de início, tamanha foi a velocidade com a qual ele se deslocou para frente dele.

— Impressionante! Ele é muito rápido, não deu nem pra ver!!— A pequena Sara esfregava os olhos com as mãos, uma tentativa fútil de tentar acompanhá-lo.

Ao tocar os pés no chão, Haru enterrou o punho no estômago de seu oponente, que cuspira sangue, o golpe lhe causou incontáveis danos internos.

Yukuzo se recusava a acreditar. Como uma criança como aquela pôde machucá-lo tanto com um simples soco? Ele estava confuso. Na Terra o surrou sem dificuldades, mas agora isso ocorre.

— O q-que...!?— Perguntou, levando a mão até a região atingida. — C-Como isso é... é p-possível...?

A dor que sentia era grande demais, jamais imaginou que algum dia iria chegar a passar por isso. Tudo a sua volta começou a girar, ele mal conseguia manter-se de pé.

Com a mão sobre o estômago, a boca aberta e somente um dos olhos esbugalhados, ele recuava lentamente, sem entender. Foi, inesperadamente, golpeado no peito por mais um chute voador dele.

Yukuzo foi lançado para trás com todas as forças sendo, no fim, arrastado pelo chão até se chocar com uma rocha e parar. Com muita dificuldade ele se sentou, apoiando as costas sobre a rocha atrás.

Olhou bem a tempo de vê-lo abrir as asas e voar em sua direção preparando um soco com a mão direita, porém por reflexos foi capaz de voar no último segundo, escapando do golpe.

Haru atingiu a rocha e a fez em pedaços, mas desviou seu olhar para o céu em busca de seu inimigo. Sentiu uma quantidade massiva de energia concentrada em um único ponto.

O nanico olhou mais a fundo e viu formar-se, na palma das mãos do inimigo, uma grande esfera de ventos. O poder concentrado nela era tão grande que fazia o Big Bright inteira tremer.

Poderosíssimas ventanias eram regidas, criando tempestades de areia em volta de Haru, que protegia os olhos da terra que flutuava de modo frenético.

Furacões mesclados em areia e ar ergueram-se na região, o que forçou Sara a procurar algum lugar bom para refugiar-se, do contrário ela sabia que seria carregada pelos ventos que ficavam cada vez mais fortes. Ela se afastou dali o mais rápido que pôde.

— O quê?!— Haru se assustou com o que notou, logo depois de medir todo o poder colocado na técnica.— Tá maluco!? Se você atirar isso aqui, vai acabar destruindo tudo!

— Isso não importa!— Exclamou enfurecido. Não há nenhuma dúvidas, ele está fora de si.— Me nego a perder pra alguém como você!

E atirou a técnica contra Haru, que recuava vagarosamente, ao mesmo tempo em que pensava no que iria fazer para salvar o mundo do trágico destino que o aguardava, caso a técnica viesse a colidir.

Uma última ideia lhe veio em mente. Quando estava prestes a se consumir pela esfera, ele apontou as duas mãos para ela em um sinal de "pare" e, em poucos segundos, moldou duas esferas em chamas.

As disparou contra o poder gigantesco, fazendo grande esforço para repeli-la para fora da estratosfera. Fincou os seus pés no chão e depois olhou em volta, observando a destruição causada.

A área detonada era equivalente a uma cidade, e isso porque a técnica nem chegou a colidir com o chão. Haru adicionou mais poder às esferas que criou e as atirou com todas as forças.

O poder lançado por ele colidiu com o do inimigo e, facilmente, o sobrepujou, lançando-a em direção a ele. Sem nenhuma chance de escapatória, Yukuzo foi devorado pela própria técnica.

Carregado por ela, ele foi para fora da estratosfera, percorreram um longo caminho pelo cosmos até estarem bem longe do planeta, e enfim o poder detonar, emanando um pequeno pontinho de luz ao longe.

Haru suspirou caiu sentado, enquanto um suor lhe descia a testa.

— Ufa...— suspirou, enxugando o suor — Mais um pouquinho e o planeta inteiro teria desaparecido numa grande explosão, não imaginei que me cansaria tanto assim... Essa não, eu acabei me esquecendo do talismã! Droga, eu acabei destruindo ele junto e pus tudo a perder!

Haru se martirizava por ter desintegrado o talismã junto com ele, ao repelir o ataque de volta para seu inimigo. Com as mãos sobre a cabeça e os olhos cerrados, ele se negava a acreditar no que fez.

— Tô ocupado agora, eu destruí o talismã!— Exclamou, ao sentir um toque no ombro.— Não pode ser! Não pode ser! Como eu pude ser tão burro!?

— Do que você tá falando, o talismã tá aqui.— Sara exibiu pra ele o artefato que tinha em mãos, fazendo-o parar com o auto-martírio para lhe dar atenção.

— Hã?— ele se pôs de pé, virou-se para ela e o tomou de sua pequena mão. Sorriu ao ver que era ele mesmo.— É verdade, é o meu talismã! Hahah, muito obrigado!— E a abraçou fortemente, erguendo-a no ar.

— Não tem de quê, é o mínimo que eu pude fazer, depois de você ter me salvo duas vezes.— Retrucou, dizendo-lhe.

— Mas como você pegou ele, eu pensei que tivesse com aquele cara.— Perguntou-a.

— Acho que ele soltou o talismã no último segundo, quero dizer, antes de ser pego por aquela bola de vento. Eu estava em cima de uma árvore quando vi ele voar, por pouco ele não caiu e se quebrou.— Respondeu.

— Se esse talismã tivesse sido destruído eu teria um problemão, você salvou a minha pele.— Haru fitava a peça, sorridente, finalmente o conseguiu, o talismã do conselheiro.— Tá bom, já tá na hora!

— Na hora de quê?— Não fazia ideia do que ele estava falando, pensou que talvez tivesse perdido alguma coisa.

— Na hora de ir salvar o seu irmão e o seu pai.— o pequenino de cabeleira laranja-loura levitou alguns metros do chão após abrir suas asas e deitou no ar. Ele apontou para as próprias costas.— Sobe aqui, rápido.

— Tá bom.— Obedeceu-o, montando nas costas dele com muito cuidado, tudo para não acertá-lo no pé, que parecia machucado.

— Se segura firme, porque agora eu vou voar muito rápido!— Avisou, vendo-a assentir.

Após senti-la segurar em seus cabelos, ele arrancou voo rumo a direção em que sentia as presenças mais poderosas, deduzindo que é lá que o rei e os que o sequestraram estavam.

Achou que seria o suficiente apenas romper a barreira do som, claro que com muito cuidado com o talismã e com Sara. O baixinho seguia voando distraidamente e freou de maneira abrupta, ao receber um aviso de sua auréola.

Mas como resultado, a cabeça de Sara acabou batendo contra a sua, o que os fez gemer de dor.

— Ai, por que você parou assim!?— Sara lhe perguntou, coçando a testa com dois dedos.

— Eu não sei o que é, mas a minha auréola tá detectando uma presença muito malvada e ela tá vindo dali!— Ignorou a dor e lhe disse em resposta, usando o dedo indicador para mostrar a direção.

— Eh...?— Sara não entendeu nada. Então quer dizer que aquela auréola não era um enfeite, que ela era verdadeira e que prestava pra alguma coisa.— Você definitivamente é um anjo...

— É estranho...— Haru começou a pensar em voz alta — Se tem alguém andando pra cá, por que eu não pude sentir a presença? Será que essa pessoa tem a capacidade de esconder a presença como a Sachi-chan faz? Deve ser aquele velho!

— De quem você está falando?— Sara estava perdida, ouvi-lo dizer essas coisas só estava piorando a situação dela.

— Você vai entender depois, acho melhor a gente ir investigar, a minha auréola tá me dizendo que é alguém muito malvado!— Afirmou, um pouco antes de arrancar voo na direção.

Um jovem de lisos cabelos negros escorridos pela testa, um par de olhos negros como ébano, corpo bem definido para a idade que ele aparentava ter e tatuagens negras espalhadas pelo rosto alvo, andava fitando o horizonte.

Não somente o seu rosto, como também o resto de seu peitoral nu era enfeitado com tatuagens que se estendiam até o seu abdômen sarado. Ele trajava apenas uma calça jeans negras como seus olhos e botas da mesma cor.

Um jovenzinho baixinho, gordo, de pele clara, olhos ocultos pelos óculos de grau personalizados que ele usava, trajando roupas sociais, com a atenção voltada ao que parecia ser uma calculadora que tinha em mãos o seguia pouco atrás.

— Sorata! E-Espere!— Gritou chamando pelo companheiro que a sua frente andava, acenando com a mão direita e ajeitando os óculos desconcertadamente.

— Diga.— o peregrino foi curto e grosso, a frieza era clara em seu tom de voz. Ele apenas virou o torso, olhando-o de lado.

— O meu aparelho sensitivo está detectando a presença de um ser vivo, e-está se aproximando a uma velocidade incrível, é s-sério!— Avisou-lhe.

— Hunf...— Sorata virou-se para frente novamente.— Deve ser só mais um erro entre muitos que você já cometeu, desde que nós dois chegamos aqui.— voltou a caminhar — Não fale comigo a não ser que seja urgente, me entendeu?— indagou, rispidamente.

— Mas nas outras vezes não era nenhum erro, os seres vivos desse planeta é que são muito estranhos, além do mais esse planeta emite luz própria, há vida por toda parte.— olhou novamente no seu aparelho — Espera, vou checar com os meus óculos de raio-x.— ajeitou os seus óculos pela armação, virando-os para cima — É s-sim, não é um erro, tem alguém se aproximando! E ele está voando muito rápido, talvez tão rápido quanto você!

— O quê?!— olhou atônito para a mesma direção, e sorriu.— Não seja idiota, não existe alguém tão rápido quanto eu no universo, você sabe disso.

— Mas eu não estou enganado, segundo os meus registros ele também é capaz de romper a barreira do som, é sério!— avisou, impressionando o companheiro novamente — Veja, ele está chegando aí!

Haru efetuou um pouso suave, pondo-se na frente de Sara, após fazê-lo. Franziu o cenho para encarar o jovem a sua frente, que, pela aparência, devia ser um pouco mais novo do que Kin. Mas havia alguma coisa nele que não agradava Haru, a sua auréola também não parava de lhe avisar sobre algo, apitando a todo instante. Mesmo Sara assustou-se ao vê-lo, pôde sentir a aura maligna que ele emanava.

Quando está a caminho da torre de Kikuchi, Haru esbarra com um jovem misterioso, cujo tem um mau pressentimento! E agora, quem será esse rapaz? Será um inimigo, ou um aliado?! E qual será o motivo da má impressão de Haru!?

Fim do décimo quarto capítulo.

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15: O plano de resgate do príncipe Ryan!

Encarar aqueles redondos olhos negros obscuros diretamente, fitar sem desvio a face alva e inexpressiva dele, buscar por algum sinal de vida dele com a sua capacidade sensorial e não captar nada, estava pondo medo no coração de Haru.

Não fazia ideia do porquê, mas tinha uma péssima impressão do jovem a sua frente. A sua auréola parecia partilhar deste sentimento, a mesma não parava de apitar e brilhar, como luzes pisca-pisca.

Temendo que ele seja de fato uma ameaça, o jovenzinho se pôs em guarda na frente de Sara, o seu objetivo era protegê-la dele, caso ele tentasse alguma coisa.

O jovem referido como "Sorata" pelo rapaz que o acompanhava se manteve impassível diante de Haru, olhando-o de cima com certa arrogância.

— Você conhece ele?— Sem baixar a guarda ou retirar os olhos dele, Haru indagou Sara, que acenou com a cabeça respondendo-lhe negativamente.— É, tem razão, esse cara não se parece nada com um habitante desse planeta.— desviou o olhar e a atenção para ele de novo — Quem é você e de onde você tá vindo? Responde logo...!

— Nada disso é da conta de um anãozinho como você.— Ríspido e indiferente, ele respondeu Haru. A sua voz era rouca, grave, o que só fazia aumentar o ar de impiedosidade que ele passava.— Agora dê o fora do meu caminho, tenho coisas realmente importantes a fazer.

Ele ignorou por completo o pequeno dominador de chamas e deu continuidade a sua caminhada, porém foi novamente abordado por ele antes que prosseguisse, mais uma vez por Haru.

O baixinho deu alguns passos para o lado recuando, virou o seu corpo em um ângulo no qual o possibilitava ficar de frente para ele — com Sara, amedrontada, agarrada a suas costas — e o chamou:

— Você não vai sair daqui até responder às minhas perguntas.

Sorata girou apenas o torso e lhe olhou do modo mais gélido que conseguira. Arrepios tomaram todo o pequeno corpo de Sara, subindo até sua última espinha. Haru porém, não se deixou intimidar.

Ele deu um passo a frente, arrastando Sara consigo, a mesma não queria desgrudar-se dele.

— E-Esse cara tá me dando medo...— Sussurrou na orelha dele.

— Eu não tô com medo de você. Se você quer lutar — colocou-se em guarda — pode vim agora!

— Não tenho tempo para perder com uma criança como você.— Sorata deu-lhe as costas e sorriu com o canto do rosto.— Vou contar até três e me virar, se quando eu me virar você ainda estiver aí, não irei me segurar...eu vou matá-lo!— O olhar dele agora fora assustador como o de um psicopata.

— A-Ah...!!— Sara caiu sentada para trás pelo susto que levara.

— Um...— deu início a contagem.

Haru estendeu a mão para Sara que a pegou, ajudando-a pôr-se de pé. Enquanto ela repelia das roupas toda a poeira que as impregnou após ela cair daquela forma, ele se virou para encarar Sorata de novo.

— Dois...— progrediu a contagem, o mais curioso era que o seu tom de voz ficava mais grave, conforme avançava.

— Corre pra bem longe daqui, procura algum lugar e se esconde!— Ordenou-a, ela assentiu e correu pra longe.

Sara correu para detrás de um pequeno muro localizado a mais ou menos 20 metros de onde eles se encontravam inicialmente. Ela se agachou por trás do muro, inclinando-se pro lado para vê-los.

Sentiu uma sombra parar sobre si.

— A-Ah!— Exclamou, caindo sentada com o susto. Olhou para o alto e estranhou a pessoa que estava a seu lado, nunca antes o vira em toda a sua vida.— Quem é você...?

— Eu estou junto com aquele cara e também sou muito mau...!— Disse-lhe, sorrindo sadicamente e tentando parecer assustador.

— Sério?— A atuação dele não a convenceu, não soube o porquê mas não acreditou nele. Já se sentia mais confiante e se agachou com normalidade.

— Não, só tô te zoando, haha!— Brincou — Meu nome é Goody e eu estou com ele sim, mas não sou mau.— ajeitou os óculos — O que acontece é que o planeta Zordiyon aonde eu vivia foi atacado por uns alienígenas e rapidamente dominado, já que nós não somos bons guerreiros. Mas em compensação nós temos muita inteligência!— lhe disse sorridente, apontando para a testa com o indicador.

— O seu mundo também foi dominado por alienígenas...sinto por isso, você deve estar sofrendo bastante.— Sara entendia muito bem o que ele sentia, por isso resolveu consolá-lo.

— Não, tudo bem, aconteceu há vários meses mesmo!— Sorriu alegremente, afastando todas as tristezas do momento.— Aquele lá é o Sorata e ele não é tão mau quanto parece, ele só age assim por um motivo que eu não sei o que é, mas ele me salvou duas vezes. Você não precisa ter tanto medo dele.

— Mas ele ameaçou matar a gente...— Retrucou.

— Bah, ele é assim mesmo, só vive me ameaçando de morte.— Sorriu novamente, coçando a nuca.— Ele ameaça todo mundo!

— Que tipo mais estranho...— Pensou. Desviou o olhar pra arena novamente.— Olha lá, já vão começar.

— Eu não sei o que o seu amigo está pensando, mas acho que se ele preza a vida que tem, deveria ter fugido quando o Sorata disse.— Afirmou, agachando-se ao lado dela.

— Por quê? Esse Sorata é assim tão forte...?

— Espalhando sua Energia Escura pela atmosfera, o Sorata é capaz controlar toda a gravidade que existe no planeta em que está.— Explicou, surpreendendo-a.— Até agora eu não o vi lutar com todas as forças, ele sempre vence todas as suas lutas muito rápido, só usando a sua velocidade. Esse garoto não tem a menor chance.

— Não fale isso, o Haru-kun também é muito forte, você vai ver! — Retrucou, mostrando-lhe os punhos. Ela se virou para frente para vê-los melhor.

Sorata franziu o cenho. Haru fez o mesmo e deslizou sua perna direita para o lado, em guarda. Sorata sorriu e moveu sutilmente sua mão direita ainda esticada ao longo do corpo para baixo.

A expressão de Haru mudou, ao mesmo tempo, uma cratera de grande porte se formou sobre o chão em torno do dominador de fogo que agora podia sentir o corpo mais pesado.

Pedaços de rocha flutuavam pelo ar em torno de Haru. Sorata só arregalou os olhos, ao dar-se conta de que não havia surtido nenhum efeito. Viu-o levar a mão até o topo da cabeça, coçando-a levemente.

Recuando, ele moveu as mãos para cima e para baixo com mais violência, a área detonada, agora, era equivalente a uma cidade. Tudo foi aos ares, como se tivesse ocorrido uma explosão.

Para escapar dos resquícios que alcançaram o ar, Sorata ergueu voo, criando um campo anti-gravitacional em torno de si próprio, a fim de se mover com plena liberdade.

Uma grande cortina de poeira foi erguida, porém aos poucos ela se dissipava, revelando um abismo de proporções colossais. Sorata ia pousando suavemente, enquanto que em seu rosto um sorriso abria-se.

— HARU-KUN!— Sara o gritou, preocupadamente.

— Viu, eu não falei?— Goody se gabou, com os braços cruzados e um sorriso no rosto, enquanto com uma das mãos apontava para a arena — Pobre garoto, morrer jovem assim é triste...

— Já entendi como funciona a sua habilidade!— Uma voz infantil ingênua soou das costas de Sorata, que não acreditava no que ouvira.

— O quê?!— Girou instantaneamente para olhá-lo. Sorata deu de cara com Haru que batia as asas voando a mesma altura que ele, com ambos os braços cruzados e um sorriso convencido no rosto.— Isso é... é impossível...!

— Você pode controlar toda a gravidade do planeta, né...? O que você fez foi reunir toda a onda gravitacional que conseguiu no seu menor tempo possível e jogar ela em cima de mim, gerando uma pressão esmagadora.— Explicou-lhe o que havia entendido.— Impressionante, eu nunca tinha visto um samurai com um poder desse tipo.

— I-Impossível...!— Goody também não acreditava no que seus olhos o estavam mostrando.— C-Como pode s-ser...?!

— Haha, eu falei que ele não ia perder!— Aquela fora a vez de Sara se gabar, dando língua para ele.

— É impossível que alguém sobreviva a toda aquela pressão gravítica gerada pela técnica do Sorata sobre um determinado corpo, o nível de Energia Escura que o Sorata pôs detonou com a mesma força de vinte megatons, o mesmo que vinte milhões de toneladas de TNT, de uma pessoa normal não teria sobrado nada!— ele agora olhava para o garotinho que havia inacreditavelmente sobrevivido a técnica de Sorata, apontou para ele o aparelho que tinha em mãos — Esse ga-garoto não é normal, ele parece ser um humano assim como o Sorata, mas com toda certeza não é um.

— É uma técnica rara, mas não fez nada em mim além de rasgar as minhas roupas.— Falou, esticando-as com as pontas dos dedos.— Não se sinta mal, no caminho pra cá eu sobrevivi a um buraco negro!

— C-Como...?!— Sorata ficou perplexo com o que escutou. Já era difícil acreditar que havia alguém que sobrevivesse a sua técnica tão facilmente, e agora isso...?— Que tipo de ser é você!?

— O meu nome é Haru, eu sou um terráqueo!— Explicou-lhe.

Sorata, após ouvir o nome daquele planeta, perdeu por completo a vontade de continuar com aquilo. O Seu mundo desabou e aquele nome ecoava em sua mente, em uma melodia perturbadora.

Tapou os ouvidos, franziu o cenho e cerrou os dentes. Sorata se viu desolado. Aumentou a força do campo anti-gravitacional em torno de si mesmo e voou inesperadamente para bem longe.

Ele sumiu no horizonte, deixando Haru confuso e perdido.

— O que será que deu nele?— Perguntou-se, enquanto efetuava o pouso.

— Haru-kun, você tava fantástico lá!— Sara se aproximou dele e o parabenizou, parando frente a ele.

— Valeu, você achou mesmo?— Sorriu constrangido, coçando o topo da cabeça.

— Aham, você é muito forte!— Respondeu.

— Obrigado.— Agradeceu-a, afagando seus cabelos com a mão. Desviou o olhar para o rapaz que estava com ela.— Quem é você?

— Ah, o meu nome é Goody e eu estava com aquele cara que se chama Sorata mas, não se preocupem, não vou tentar matá-los.— Apresentou-se, educadamente.

— O que a gente vai fazer agora?— Sara o perguntou.

— Hã? Ah é mesmo, eu prometi que ia te ajudar a resgatar o seu pai e o seu irmão. Hah, mas a verdade é que eu não sei como eu vou fazer isso...— O baixinho não tinha a menor ideia do que fazer, com o que ocorreu nos últimos instantes, ele nem conseguiu pensar.

— Ahn, se me permitem...— Goody enfiou a mão direita no bolso da calça social cor de pele que usava e retirou de lá duas pequeninas esferas com o tamanho de bolas de gude, só que metálicas. Cedeu aos dois, que o pegaram curiosos.

— O que é isso?— Haru o perguntou, analisando minuciosamente o objeto que tinha em mãos.

— É um aparelinho que eu criei, eu chamo de G-Tep. Se resgatar alguém é o que vocês precisam fazer, isso será muito útil e essencial. Para usá-lo, tudo o que vocês precisam fazer é atirar contra o chão e entrar no meio da cortina de fumaça, depois vão ter que correr o mais rápido que puderem.— Explicou-lhes.

— Mas o que isso faz?— Indagou Sara.

— Na hora vocês vão saber, não vou dizer porque eu não quero estragar a surpresa que vocês vão ter, mas só usem quando for uma emergência, entenderam?— Goody apertou um botãozinho vermelho que havia no bolso da frente de sua camisa social, o que fez surgir em suas costas uma mochila propulsora a jato. Ele se distanciou alguns metros do chão, após alçar voo.— Tchau, a gente se vê!— Acenou, voando dali em seguida até desaparecer das vistas dos dois que, muito curiosos, olhavam para o céu.

— Que pessoas mais estranhas, nunca antes topei com gente do tipo.— Curiosa e confusa, Sara afirmou, coçando o topo da cabeça.

— É, mas alguma coisa me diz que aqueles dois ainda vão servir de muita ajuda por aí e que vão fazer muitas coisas boas, até mesmo aquele outro cara...— Haru afirmou, pensativo.— Ah é, eu me esqueci de te perguntar uma coisa. Qual é o seu nome mesmo?

— O meu nome é Sara e o do meu irmão mais velho é Ryan.— Disse-lhe como resposta, imediatamente.

— Tá bom, Sara-chan!— Exclamou sorridentemente, pulou, abriu as asas e deitou-se no ar.— Sobe aqui de novo, é agora que a gente vai resgatar o seu papai e o seu irmãozão!

— É!— A empolgação de Haru havia passado toda pra ela, que ao ouvi-lo gritou em concordância.

— Você também tá animada?— Perguntou novamente, como o que quisesse fosse confirmar algo.

— Sim!— Afirmou convictamente, em resposta a pergunta dele.

— Eu não te ouvi direito! O que nós vamos fazer agora?!— Lhe perguntou novamente.

— SALVAR O MEU PAPAI E O MEU IRMÃO!— Gritou com todas as forças.

— Também não precisa gritar tanto.— Retrucou o baixinho, ele coçava os ouvidos, pouco antes de cair em gargalhadas junto a ela, após o que disse.— Tudo bem! Tá na hora de ir!

E arrancou em uma velocidade assustadora, rumando o caminho que seguia antes de perceber a presença daqueles dois graças a sua auréola, claro que não em sua velocidade máxima, mas agora com um plano em mente. Ele só se perguntava em pra que teria que usar as esferas que aquele rapaz lhe dera, mas isso não importava agora.

Depois de investigar a fonte dos maus presságios que sua auréola captavam, Haru descobre que eles não pretendiam fazer nenhum mal às pessoas que vivem naquele planeta e continua a sua jornada para salvar o mundo de Sara! Desejamos boa sorte a você, Haru, dê o seu melhor, você vai conseguir!

Fim do décimo quinto capítulo.

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16: Haru Vs. a White Volcano!

Cortando os ares daquele mundo com a sua enorme velocidade, o baixinho se dirigia ao ponto mais alto do planeta, a torre aonde vivia pacificamente o rei, antes de ser atacado e destronado.

Como uma ave ele pairava pelos céus com as suas grandes asas douradas manifestadas, seu diferencial era o rastro de luz amarelado que ele deixava por onde passava.

Seus cabelos se chocavam com o seu rosto e as suas roupas se esvoaçavam freneticamente, tamanha era a velocidade com a qual ele voava. Da altura em que estava, lhe era possível ver um país inteiro.

Agarrada às suas costas, Sara se esforçava para não ser levada pela ventania. Era algo com o qual não estava acostumada, ela podia sentir que aquilo estava lhe fazendo mal.

Os olhos verdes esmeraldinos da jovenzinha de pele dourada não paravam de lacrimejar e ela tinha muitas dificuldades para respirar, o mais provável é que isso se devia a altitude que eles alcançaram.

A rapidez com a qual Haru rasgava os céus também parecia lhe estar sendo prejudicial, já não conseguia enxergar nada por conta da violência com a qual os ventos batiam contra o seu rosto e pareciam ferir a sua pele.

— Tá tudo bem aí?— Haru notou uma certa estranheza em Sara desde o momento em que levantara voo. Não sabe ao exato o que é, só tem certeza de que ninguém agiria assim, normalmente.

— Acho que eu tô passando mal...— Balbuciou baixinho, agarrou-se a ele com mais força e continuou — O que tá havendo...?

— A gente vai parar rapidinho, eu acho que sei o que é...— Disse-lhe ele, elegendo a melhor área para o pouso.

Esticou o corpo em direção ao chão e retraiu as asas, apontando a perna direita ereta para a região que escolhera. Decidiu por deixá-la em um território aberto, bem pedregulhoso e cercado por montanhas.

A zona também era dotada de pinheiros, mas não como os que Haru estava acostumado a ver pela Terra; eram bem maiores e mais altos, com algumas características que os diferenciavam.

Um dos poucos espaços que não eram cercados por areia e que era fácil de se localizar alguém. Ele a pôs sentada com as costas sobre uma das muitas pedras dali, para que ela descansasse.

— Vai ficar tudo bem, aquilo só aconteceu por causa do nível em que a gente tava voando e por causa da velocidade também.— Sorriu explicando-lhe.— Agora eu vou continuar o caminho, vou voar o mais rápido que puder e já volto pra buscar você!

— B-Boa sorte...— Desejou-lhe.

— Não se preocupa comigo, eu volto logo e prometo que vou vir com o seu irmão e o seu papai pra te buscar!— acenou para ela com o seu polegar, dando-lhe certeza de que cumpriria.

Ela forçou um sorriso para ele. Haru olhou para a torre mais uma vez, abriu suas asas e arrancou para a direção, levantando a poeira e uma forte ventania no local que deixara.

Haru deixou o chão preparado para partir com a sua velocidade elevada ao máximo, ele sabia que assim chegaria lá em muitíssimo menos que um nano-segundo.

Embora parecesse longe, ele já podia vê-la. Lançou o seu olhar destemido para a mesma e se moveu para lá com a sua velocidade máxima, reduzindo-a ao se ver de frente para ela, a milímetros de se chocar com a torre.

Acertou a janela com a faca da mão, moderando a força usada. Invadiu o local exuberantemente, causando espanto naqueles que lá já estavam antes. Adentrou-o e se moveu na direção de Ryan, pois foi só olhá-lo para perceber que era o irmão de Sara.

Ciente do objetivo do garoto ali, Kikuchi inacreditavelmente pôde responder à velocidade dele e mover-se para frente de Ryan em uma forma de intervenção, porém Haru foi mais ágil, e cortou para a direita dele.

Tudo acontecia muito rápido, em tempo relâmpago. Aos olhos de Ryan, ambos haviam tornado-se invisíveis, a única coisa que lhe dá certeza de que eles ainda estão ali, eram os vultos que ele sentia ao seu redor.

Ao olhar para trás, o baixinho se deparou com o líder da White Volcano, que estava em seu encalço. Haru fincou o pé esquerdo no solo e girou, fazendo com que Kikuchi, que tentou tocá-lo, passasse reto por ele e continuasse o caminho desenfreadamente.

O terráqueo o ignorou e se moveu na direção de Ryan, jogou o braço esquerdo contra o seu peito e com muito cuidado o agarrou, os segundos seguintes ele se moveu mais lentamente, devido ao talismã que ele sabia que ainda estava no estômago de Ryan.

No entanto, ele também estava ciente de que seu inimigo pôde o acompanhar mesmo na velocidade da luz, portanto sabia que iria ser pego, caso não movesse-se em sua rapidez máxima.

Ele se recordou do apetrecho que o rapaz que conhecera há uns minutos atrás, enfiou a mão no bolso e o atirou contra o chão na sua frente, misturando-se a fumaça junto com Ryan, como ele lhe disse que deveria ser feito.

Após fazê-lo, ele saltou janela a fora com o jovem nos braços, o lançou para frente e voou por baixo dele, acolhendo-o em suas costas antes mesmo que a gravidade pudesse agir e começar a puxá-lo.

Atirou-se com ele para o território em que deixara Sara.

— Cof! Cof!— Kikuchi tossia com uma das mãos sobre o rosto, ao mesmo tempo em que usava a outra para afastar de suas narinas toda aquela quantidade de fumaça malcheirosa que se alastrou por sua sala.

A fumaça esverdeada se dissipou em poucos segundos por estar próxima a janela, revelando a figura de Haru parado, atônito, com Ryan nos braços.

Em um ataque de fúria, Kikuchi apontou a mão para ele e atirou-lhe contra o rosto uma fina e afiada estaca de rocha que viajava a uma velocidade assustadora em direção retilínea.

Ao atravessá-lo, a imagem dos dois pareceu entrar em um certo tipo de "interferência", e começou a sumir instantes depois, como um holograma.

— O quê?!— Exclamou ele, incrédulo.— Aqueles dois me fizeram de idiota, MALDIÇÃO!— Gritou com todas as forças, em um ataque de cólera.— Grr, ISSO NÃO VAI FICAR ASSIM!

Kikuchi pressionou um botãozinho avermelhado no aparelho logo ao lado de seu rosto, o que pareceu conectá-lo a alguém. Ele sorriu malignamente.

— Soldado Grren, volte agora para Big Bright e traga todos os outros membros com você!— Ordenou.

— Sim, Kikuchi-sama.— Sem rodeios ou qualquer discordância a ordem lhe dada, o soldado resolveu acatá-la, pois conhecia-o. Aquele seu tom de voz mostrava-lhe que ele não estava de bom humor, por isso achou melhor obedecê-lo.

— Grr, esse anão vai me pagar, eu vi o rosto dele!— Grunhiu ao ter a face dele em sua memória — NÃO VOU PERMITIR QUE SE SAIA BEM! NINGUÉM DESAFIA A WHITE VOLCANO! NINGUÉM!

Enquanto o líder dos White Volcano praguejava o baixinho que o havia desafiado e levado embora o talismã da neve, Haru se dirigia ao local em que deixara Sara.

Sentado em suas costas, Ryan tentava assimilar tudo o que viu ocorrer nos últimos segundos, foi tudo extremamente confuso. Nunca antes viu aquele garotinho em toda a sua vida.

Na verdade jamais havia visto alguém com a aparência dele, com uma auréola e asas, estranhava-o totalmente. Se perguntava quem ele seria, enquanto era levado pelo mesmo para onde sequer sabia.

Movendo-se com tanta rapidez, eles levaram três segundos para enfim chegar ao seu destino, Haru se aproximou do chão ainda sobre o ar e Ryan saltou, parando de pé. Haru se pôs de pé e olhou pra ele.

Ryan se afastou, desconfiado.

— Quem é você e o que você quer!?— Se pôs em guarda.— Veio para pegar o talismã também, não é? Não irá tirá-lo de mim sem me matar!

— Ryan-onii-san!— Sara correu emocionada e o abraçou pelos quadris com todas as forças.

Vê-la tão bem deixou o jovem Ryan feliz, que imediatamente lhe retribuiu o carinho, agachando-se para abraçar a baixinha, que não era alta o suficiente nem para abraçá-lo devidamente.

Ele a empurrou para as suas costas e direcionou seu olhar mais ameaçador para o garotinho que ainda estava ali parado, sorrindo por presenciar aquela cena.

— Vamos, me diga logo! Quem é e o que quer!?— Indagou-o.

— Onii-san, o Haru-kun não é mau não, ele me salvou daqueles malvadões duas vezes, ele é um herói!— Interviu, pondo-se na frente dos dois.

— Isso é verdade...?— A pergunta foi direcionada à Haru, que se manteve calado.

— É verdade sim, eu nunca minto!— Reclamou emburrada.

— Bem, então... tudo o que posso fazer é te agradecer por isso.— Disse, reverenciando Haru.

— Não precisa agradecer, ajudar as pessoas com os meus super poderes é o meu dever!— Retrucou, destemidamente.— E desculpem por não ter salvado o papai de vocês, é que eu não vi ele lá...

— O desgraçado do Kikuchi o trancou em um armário, eu não pude ver tudo o que aconteceu porque foi muito rápido, mas eu vi que você tinha que sair dali logo, por isso não seria possível...— Concordou com ele.— Bem, e o que nós vamos fazer agora? Kikuchi com toda a certeza virá atrás de mim mais uma vez.

— É, você tá certo, aquele troço que eu joguei lá não vai segurar ele por muito tempo.— Haru ainda se perguntava o que aquilo podia fazer de tão importante, já que não ficou para ver.— Droga! Eu ainda não consegui pensar em nada!

— Se quiser, podemos levá-lo a um vilarejo, mas o nosso grande problema é que ele fica do outro lado do mundo. Lá você vai poder se refugiar por tempo o bastante até pensar em alguma coisa.— Ryan lhe sugeriu.

— Eu acho que o melhor a fazer agora é me esconder sim, esse meu pé aqui — apontou para o pé esquerdo, visivelmente ferido — já tá me matando...!

— Não precisa se preocupar, lá nós vamos poder dar um jeito no seu ferimento.— Ryan afirmou, sorrindo para ele.

— É, eu preciso estar pronto pra enfrentar aquele cara...— Ele foi se lembrando dos momentos que passou na sala, mas os que sem dúvidas mais o marcaram, foi o momento em que aquele homem se equiparou à sua velocidade.— Eu não consegui medir o poder dele, mas pelo pouco que vi deu pra ver que ele é muito poderoso!

— Eu não queria dizer isso, nem ser pessimista mas...— Ryan só queria ser sincero, arrumava uma forma mais cortês de lhe contar o que percebeu.— Você não vai conseguir vencer o Kikuchi.

— Hã?— Sara se surpreendeu com o que escutou o seu irmão dizer a Haru.— Mas por que você tá dizendo isso, onii-san? Você diz isso porque não conhece a força do Haru-kun!

— Pelo contrário, eu consegui medir a força dos dois só sentindo a energia com um método que o meu pai me ensinou e tudo o que eu precisei fazer foi comparar.— Explicou-a, que em seguida, olhou para o chão cabisbaixa.— Sinto muito, mas é a verdade.

— Não, não pode ser verdade! — A jovenzinha não conseguia de forma alguma acreditar naquilo. Se negava a crer que não existiam mais esperanças para o seu mundo e para todos que nele habitam.— O Haru-kun vai vencer ele e vai salvar a gente, ele me prometeu!

— Acho que ele tem razão, Sara-chan.— Haru concordou com ele, fazendo Sara olhá-lo atônita.— Eu também não queria dizer isso, mas pelo pouco que eu pude sentir, eu consegui ver que não tenho nenhuma chance de vencer aquele cara com a minha força atual. — ele se agachou e socou o chão, irritado consigo mesmo — Não pode ser!

— Haru-kun...— Pensou ela, fitando-o.

— Mas...— começou Ryan, chamando-lhes a atenção — Ainda há uma esperança.— A Excalibur.

— M-Mas irmão, essa espada nem o nosso papai e nem ninguém conseguiu tirar daquela pedra!— Sara sabia muito bem do que ele lhe falava.

— Certo. Porém segundo o que a lenda conta, só seres que tem o coração puro conseguirão retirá-la da rocha em que ela está presa. Ninguém consegue tirá-la de lá pois ela tem a mesma massa de um planeta chamado Júpiter, que se localiza no mesmo sistema solar em que está a Terra, mas ela fica mais leve, nas mãos de quem tem um coração limpo.— Contou-lhe.

— Hã, deixa eu ver...— Haru cuidadosamente levava a sua mão direita até a auréola no topo da cabeça, pôde pegá-la sem sofrer nada ou reagir de forma estranha. Sorriu para os dois, que direcionaram-lhe olhares confusos.— Não, não aconteceu nada! Acho que isso quer me dizer que eu ainda tenho o coração puro...

— Muito bem...— Ryan se aproximou dele — de acordo com a lenda, o samurai que conseguir retirá-la do solo sagrado em que ela está presa terá todos os seus poderes ocultos liberados pela espada, através de um encantamento. Porém, há alguns rituais que você vai ter que cumprir antes de pisar naquele solo, está preparado...?

— Aham, eu tô sim!— disse-lhe convicto, esmurrando o peito — Eu prometi pra Sara-chan que vou salvar o mundo de vocês e não vou faltar com essa promessa!

— Tudo bem, siga-me.— Bateu as mãos no solo e formou uma elevação no mesmo, grande o suficiente para equiparar-se a uma das montanhas da região, em tamanho.

— Eu vou voando porque o meu pé tá doendo tanto que eu mal consigo colocar ele no chão.— avisou, abrindo as asas novamente e se movendo para o lado, em seguida — Eu ainda tô com muito medo, não sei se vou conseguir vencer aquele cara...

— Não se preocupe.— Disse Ryan, olhando-o de lado e sorrindo de canto.— Você é jovem, com certeza tem muitos poderes ocultos. Se conseguir liberar parte deles, com certeza será capaz de vencê-lo, você com toda certeza é um dos guerreiros mais poderosos que eu já vi.

Ryan franziu o cenho e olhou para frente, fazendo com que a sua elevação na terra apontasse-se para frente e seguisse caminho linear para o Norte, como uma prancha de surfe guiada pelas ondas do mar.

Sara estava logo a seu lado agarrada a ele, enquanto Haru só os acompanhava a voo, bem próximo. Ela de repente sorriu, olhando-o.

— Não fique com medo, Haru-kun. Você é muito forte, acredito em você, você pode vencer aquele homem malvado!— Incentivava-o.

— Hum!— Haru olhou para ela, sorriu e assentiu.— Obrigado por isso, agora eu já tô mais confiante. Eu prometo que não vou perder, eu vou salvar a todos!

Ele novamente acenou para ela com o polegar, como se dissesse a ela que tudo iria ficar bem, que iria dar tudo certo. As palavras dela o deixaram mais confiantes quanto à batalha, assim como pensar em sua sensei, a Kin. Como ela agiria em meu lugar...? Pensar nisso toda vez que se envolvia em uma luta e imaginar o que ela realmente faria era uma das coisas que lhe dava motivação e lhe tirava o medo.

Depois de salvar Ryan, Haru segue com ele e Sara para um vilarejo que fica do outro lado do mundo, aonde, segundo Ryan, Haru poderá se tornar forte o bastante para vencer Kikuchi e irá poder curar o pé ferido! O que eles não sabem é que alguns dos lutadores mais temidos da galáxia estão voltando até lá, e estão atrás deles...!


Fim do décimo sexto capítulo.

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17: A lenda da Excalibur!

O calor excruciante queimava o couro do pequeno terrícola que se situava naquele mundo enorme, fazendo-o sentir-se como se estivesse voando dentro de uma fornalha acesa.

Porém o garotinho se focava em um único objetivo, o de pensar em algo que o ajudasse a salvar o mundo de seus acompanhantes naquela viagem rumo à outra parte do planeta, Ryan e Sara.

Haru optara por voar livremente devido às dores que seu pé lhe começaram a proporcionar, enquanto os seus guias usavam um meio de transporte pouco convencional, uma rocha plana envergada para a frente.

Sara estava agarrada à perna do irmão mais velho, que mantinha o foco no caminho por ser o único que conhecia-o perfeitamente bem, pois como o príncipe e provável futuro rei, seu dever era conhecer a tudo e a todos em seu mundo.

O seu objetivo era governar Big Bright da melhor forma possível, e ver o seu mundo ser atacado por seres tão poderosos e maldosos que o faziam parecer fraco lhe dava uma angustiante sensação de impotência.

Mas estava disposto a salvar seu planeta natal de tais criaturas, custe o que custar. Mesmo que signifique se rebaixar e pedir por ajuda para isso, tentará ser o mais útil que puder.

Olhou para o lado, notando Haru, que se deslocava pelo ar quase mais rápido do que eles, fazendo a sua curiosidade sobre o garoto só aumentar. Quem é ele e que tipo de ser é?

Já ouviu falar da Terra e de seus habitantes — os seres humanos — inúmeras vezes, devido à outros super guerreiros que surgiram de lá e tiveram seu nome conhecido por todo o universo.

Entretanto, a única vez em que ouviu falar de um dos habitantes de lá com tais características, descobriu mais tarde que não se tratava de um ser humano. E o mais curioso de tudo, é que eles eram iguais.

Azin era o seu nome...

Ainda se lembra da vez em que ele esteve em Big Bright, apesar de ser apenas um garotinho ainda mais jovem que Haru agora, no dia de sua ilustre visita.

Se se lembra bem, ele estava com a esposa, ela se chamava Yume, uma grande samurai, não só por seus poderes, mas também por sua personalidade.

Notava-se a quilômetros que seu coração era tão puro quanto o de uma criança, ambos eram as pessoas mais bondosas que já teve o prazer de conhecer, ela se assemelhava em muito com sua mãe.

Após analisá-lo bem, percebeu que ele era muito, muito parecido com os dois, principalmente com Azin, em características. Queria se lembrar da raça que ele dizia pertencer, mas por mais que buscasse em sua memória, não conseguia-o.

Afastou os devaneios ao perceber um certo resfriamento no clima, desviou o seu olhar para frente e percebeu que faltava pouco para entrarem no vilarejo sagrado em que estava a lendária Excalibur.

Além da Excalibur, haviam muitos outros itens místicos e muitas escrituras com profecias, algo que não julgava como útil para a mais nova situação do mundo, pelo menos não tanto quanto a espada.

— Olhe, nós já estamos chegando ao vilarejo sagrado.— Avisou-lhe, apontando para a direção com o dedo indicador.

O garotinho assentiu e olhou determinado para frente. A redução de força do nível do calor fez com que ele se sentisse mais motivado, há um bom tempo estava ali e precisava disso, sentia que precisava.

Suas roupas estavam em péssimo estado e ele não dormia bem desde que saiu da Terra, isso era notável pelas olheiras que estavam debaixo de seus olhos. Precisava de um descanso, isso era visível.

— Ei — chamou por ele, ganhando sua atenção novamente — o seu pé ainda dói?

— Só um pouquinho, mas acho que é porque eu parei de fazer as atividades físicas que eu tava fazendo antes — voltou o olhar para o Norte mais uma vez — mas isso vai passar depois que eu começar a treinar lá.

— Não se preocupe com isso, nós podemos dar um jeito. Acho que o mais importante é que você tome um banho para esfriar o seu corpo de sangue-quente, troque de roupas e descanse bem, depois de retirar a espada.— Ryan sabia que, mesmo depois de dispersar todos os seus poderes ocultos, Haru não seria capaz de vencê-lo devido a todo o desgaste físico que estava na cara que ele sofria.— Se o que quer mesmo é derrotar Kikuchi, precisará estar 100%.

— O lugar aonde a gente tá indo é muito diferente do resto desse mundo.— Sara se envolveu na discussão, roubando para si a atenção dele — Lá faz frio, porque tem um reservatório de gelo que o meu pai e o meu onii-san construíram para que as pessoas pudessem derreter e tomar banho com a água.

— Que demais!— O garotinho se fascinou com aquele mundo, os seus habitantes e o próprio planeta são muito diferentes da Terra em seu jeito de ser e de fazer as coisas. Deu um longo bocejo.— Acho que você tem mesmo razão, eu preciso tirar uma boa soneca!

— Lá você vai poder fazer isso sem preocupações, independente da velocidade dos guerreiros de Kikuchi eles vão demorar muito para chegar lá por causa da distância.— Ryan estava convicto do que dizia.— Bom, vamos acelerar um pouco para ganharmos mais tempo.

Ele aumentou a velocidade de locomoção de seu transporte o que o fez disparar na frente de Haru, que assentiu, sorriu e logo depois aumentou a velocidade, alcançando-os no horizonte.

Percorreram todo o céu do vilarejo até pairarem sobre o lugar que almejavam chegar; diferente do que Haru imaginava para um local sagrado, localizava-se em uma área aberta, enorme.

Com uma única tribo, uma "tenda", o local era caracterizado pela ausência de seres vivos que podiam falar e andar, mas a natureza o cercava e estava em evidência.

A irradiação de correntes de ar frio em uma floresta próxima dali, chamou a atenção de Haru. Olhou diretamente para lá e notou que ele contava com um único caminho escuro como um túnel, mas cercado por árvores.

— É ali que fica o reservatório de gelo que eu falei.— a pequenina se aproximou e sussurrou, ao notar que ele estava curioso.— O lugar é fechado, por isso o gelo não derrete com o calor externo.

— Entendi. Mas como vocês fazem pra tomar banho?— Indagou.

— Todos são criativos, na hora de derreter a quantidade de gelo que precisam pra tomar banho.— Ryan respondeu.— Bom, vamos?

Com o comando de Ryan, a elevação de terra formada desceu-os sobre a terra. Segundos depois Haru começou a efetuar o pouso, mas o cuidado que tomava era grande, pois seu pé doía muito.

— Espera!— Ryan o parou, quando ele estava prestes a pisar o solo.

— O que foi, tem alguma coisa errada?— Perguntou, parado em pleno ar.

— Antes de pisar aqui, você, que nunca veio, deve cumprir com os rituais.— Respondeu-o.

— Que tipo de rituais?— Haru coçava o topo da cabeça, em sinal de confusão.

— O primeiro não é tão ruim assim, você só vai ter que cantar.— Sara lhe disse, em resposta.

— Cantar o quê?— Ficara ainda mais confuso.

— Espere aqui até que eu volte.— Pediu Ryan, pouco antes de ir correndo para lá.

— Ei, Sara-chan — chamou-a, em tom de sussurro, e continuou ao ter a atenção dela — o que ele foi fazer?

— Foi pegar o pergaminho com a letra da música.— Respondeu.

— Que tipo de música?

— É uma canção de ninar que a mamãe cantava pra gente, foi escrita pela nossa primeira rainha. Ela escreveu no mesmo dia em que criou a Tribo Sagrada, ela acreditava que cantando uma música você pode afastar os maus pensamentos e os maus espíritos.— Explicou.— Mas tem que saber cantar, hein.

— Aqui está.— Disse Ryan, correndo na direção dos dois com o pergaminho em mãos.

— Então essa é a música...— Disse o pequenino, enquanto lia o pergaminho atentamente.

— Tudo o que você tem que fazer é...

— Eu já expliquei à ele, onii-san.— Sara o interrompeu.

— Vamos ouvir.— Pediu-lhe.

Haru jamais havia cantado uma música em toda a sua vida, pelo menos não até aonde se lembra. Isso porque o seu negócio sempre foram as batalhas, nunca deu importância a isso.

Também jamais achou que seria necessário, nunca pensou que se envolveria em situação parecida algum dia. Mas se era pra fazer, então iria fazer, estava disposto a fazer tudo o que estivesse em seu alcance para salvá-los.

Ele limpou a garganta e começou o cântico:

— Saita, saita churippu no hana ga. Naranda, naranda aka, shiro kiro. Naranda, naranda aka, shiro kiro. Dono hana mite mo kireidana Saita, saita churippu no hana ga Naranda, naranda aka, shiro kiro. Dono hana mite mo kireidana — Concluiu a cantoria. O garotinho impressionou os dois, a sua voz era como a de um anjo!

Jamais haviam escutado voz parecida, cantava tão bem ou até mais do que a mãe deles. A única pessoa com uma voz tão bela pelo que Ryan se lembra, era o samurai Azin.

— Pronto, eu já acabei, aqui não tem mais nada.— Disse, dando-lhe em mãos o pergaminho com a música.

— V-Você canta muito bem!— Sara estava impressionada.

— Você acha? — Sorriu lisonjeado, coçando a nuca. Olhou para Ryan.— O que eu vou ter que fazer agora?

— B-Bem, e-essa parte é meio...— Sara ficou tão envergonhada que nem conseguia falar. O seu rosto corou violentamente.

— Você vai ter que ficar nu. É estranho, mas desde sempre foi visto como uma forma de demonstração de respeito. Só seres do sexo masculino têm que fazer esse ritual ao chegar aqui, isso serve pra provar que você tem o coração puro, porque aí não se irá sentir-se constrangido.— Explicou-lhe.

— Hahah, é só isso? Eu fazia isso direto lá na Terra, a Yue-chan só vivia brigando comigo por isso!— Ele começou a se despir, jogando suas roupas para um canto qualquer.

— Muito bem, vem com a gente.— Chamou-o.— Lá eu vou te dar roupas boas para vestir.

Já mais a vontade, Haru levou as mãos até a nuca e os seguiu até dentro da tribo. No local haviam várias passagens subterrâneas e, enquanto guiavam-no até a área em que deviam chegar, os irmãos lhe contavam tudo o que sabiam.

Contaram-lhe sobre o dia em que Yume e Azin estiveram ali, e que Azin foi obrigado a fazer as mesmas coisas que ele fez. Contaram também sobre a lenda da Excalibur.

A lenda dizia que o guerreiro mais poderoso que já pisara ali foi quem a fincou no chão e fez fluir sobre ela a sua energia, tornando-a uma arma mística indestrutível, profetizando:

"Com o meu poder eu cravo essa espada aqui, para retirá-la será necessária uma energia pura, livre de quaisquer pensamentos ruins. A sua massa irá torná-la impossível de ser erguida por um ser que não cumpra essas características"

Levaram alguns minutos para descerem todas as passagens, no entanto, passados estes, eles enfim foram capazes de chegar à sala. É um local totalmente desprovido de iluminação, como se fosse noite, só que sem as estrelas.

Era enorme, incrivelmente fácil para qualquer um se perder ali. O cricrilar dos grilos fazia-o deduzir que estavam ao ar livre. Fazia-se também um grande frio ali, o bastante para fazer Haru arrepiar-se, ao invés de se sentir bem por ficar longe do calor.

Uma espécie de chama pareceu se acender no centro de toda a imensidão, disseminando o seu brilho no formato de um círculo. Com isso eles foram capazes de ver parte do lugar.

O solo era liso, porém era pura terra. O brilho das chamas se fez presente no rosto de Haru e se refletiu nos olhos do mesmo. Ele ficou fascinado, teria ficado um bom tempo ali olhando, sentia que sim.

Ryan no entanto andou na frente, acenando com dois dedos pra ele. Haru entendeu que era para segui-lo, mas antes que o fizesse por conta própria, foi puxado por Sara, que o agarrou pela mão e o levou.

Ao se aproximar do centro, ele se deparou com uma espada que estava fincada no chão, porém mergulhada em chamas. Os três foram se agachando para observá-la mais de perto.

— Incrível...— Haru ficou ainda mais impressionado.

— Essa é a espada mais afiada do universo, além de ser feita do objeto mais resistente que se tem notícias, a energia de um tenshi.— Ryan acabara de se recordar qual era a raça a qual Azin dizia pertencer — Ela pode cortar qualquer coisa e pode aumentar as suas forças toda vez que for necessário. Se você conseguir tirar ela daí, com certeza irá ser capaz de derrotar Kikuchi.

— Você consegue, Haru-kun.— Disse-lhe Sara, tocando-o de leve no ombro direito.

Ele sorriu, esfregou a mão uma na outra e andou devagar até a espada. De alguma forma se sentia confiante, era como se algo em seu subconsciente lhe dissesse para fazê-lo, que ele, na verdade, havia nascido para fazer aquilo. Seguiu os seus instintos e se preparou para obedecer-se.

Na Terra...

Kin acabava de descer os últimos degraus da porta dos fundos do palácio aonde governava todo o Reino de Áries. Retirou do bolso de trás da sua calça um chaveiro, virou-se para a porta e a trancou.

Olhou para o céu escuro. O céu estava repleto de estrelas, mas, como o esperado, não havia lua. Sorriu ao lembrar-se de que foi ela mesmo quem a destruiu, anos atrás.

Tudo por causa de um mal entendido com Arashi. Ele estava lhe explicando o que havia entendido sobre a luta, quando que por um ato impulsivo ela o fez, sem nem esperar por mais explicações.

Sempre ficava nervosa quando estava ao lado dele. Kin sempre o amou, de início não foi capaz de reconhecer esse sentimento tão lindo mas, com o decorrer do tempo, acabou dando-se conta disso.

Apaixonou-se por ele desde a primeira vez que o viu. Dizer isso a ele antes de ele partir foi o que a ajudou a suportar a tristeza de sua ausência.

Ela encostou as costas na parede, guiou um olhar sonhador para o céu estrelado e sorriu inconscientemente. Começou a se lembrar de todos os momentos que passou ao lado dele.

Como o seu primeiro beijo com ele. Dia-pós-dia, noite-pós-noite, ela se lembrava daquela noite, em especial daquele momento. O mais curioso era que sempre a detalhava em sua mente.

A melhor noite de toda a sua vida!

— Kin!— Chamaram-lhe a fazendo pular de susto.

— Que susto, garota!— Exclamou.— Mari, o que está fazendo aqui?

— Ei, eu também estou aqui, Masao!— O jovem que acompanha a sua amiga se irritou por ela sequer tê-lo notado.

— É, é, você também está aí...— Disse, fingindo animação.— Mas por quê?!

— Nossa, relaxa!— Disse Mari.— Sua mãe tinha razão, você ficou mesmo estressadinha depois que o Arashi se foi, viu...

— Já vão começar a falar nele de novo...— Masao murmurou.

— Eu não estou estressada, só quero saber.— Explicou.

— Sua mãe nos disse a hora que você saía nós resolvemos vir, já sabemos como você está...— Disse-lhe Mari.— E então, quando ele vai voltar?

— T-Tá falando de quem, do Arashi?

— Não, do príncipe de Peixes!— Retrucou, irônica.— Se bem que o Arashi é bem mais gatinho do que ele, mas isso não vem ao caso. Diga logo, quando ele vem!— Implorou, sacudindo-a.

— Dentro de um mês, mais ou menos...— Respondeu, após um longo suspiro apaixonado.— Não tenho como mentir, estou ansiosa demais! S-Será que ele...Será que ele está mais bonito?

— Acho que é impossível, viu...— Mari retrucou, sorridente.

— Mari, o que é isso?!— Kin se impressionou com o modo como a amiga falava esse tipo de coisa, não seria assim nem se tentasse.

— O quê? É a verdade, e você sabe.— Respondeu.

— Tá bom, pode ser.— Concordou.

— Ahh, eu vou dar o fora daqui antes de começar a vomitar, eu já não aguento mais ouvir vocês falando daquele idiota!— Disse Masao antes de sair andando, deixando as duas sozinhas para cair em risadas — Tchau!

— Já vai tarde!— Mari gritou — E olha, eu vou contar pra ele que você o chamou de idiota!

— Nem brinque com isso!— Ele gritou de volta, fazendo as duas rirem ainda mais.

— Agora que ele se foi a gente pode conversar melhor.— Mari lhe disse, e Kin concordou. Ela notou algo diferente em Kin.— Você...fez alguma coisa no cabelo?— olhou-o. Sim, ela com certeza havia feito algo. Algumas mechas dos naturalmente loiros cabelos de Kin estavam adquirindo um tom rosado.

— Não sei...— A loira pegou nos próprios fios de cabelo e olhou-os — Não me lembro de ter pintado, acho que estão mudando de cor sozinhos, sei lá. Anda, vamos falar sobre o Arashi, já te disse que amo falar sobre ele?

As duas saíram andando pelas ruas do Reino de Áries escurecidas pelo céu da noite, conversando alegremente. Enquanto falava sobre o seu amado, ela demonstrava todo o seu entusiasmo. Ela amá-lo de verdade não era nenhum segredo para Mari, já estava praticamente estampado em sua testa.

Ela achava lindo o casal que os dois formavam, por isso também gostava de falar sobre ele com ela. A felicidade que a via demonstrar quando comentava sobre ele não se comparava a nenhuma outra, o que só a fazia imaginar como ela irá se sentir, no dia em que ele tiver voltado de verdade.

Haru, Sara e Ryan finalmente chegam à Tribo Sagrada. Lá, Ryan lhe conta sobre a lenda da Excalibur, espada que concede grandes poderes a quem a tem e souber manejá-la, fincada no solo sagrado por ninguém mais ninguém menos que Azin. Porém os poderes de Kikuchi ainda são desconhecidos... Será verdade que utilizando a espada mística Haru será capaz de vencê-lo?!

Fim do décimo sétimo capítulo.

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18: O poder oculto de Haru...

Haru suspirou fundo. Um sentimento inexplicável preenchia todo o seu pequeno coraçãozinho, enquanto ele estava parado a observar de longe aquela espada, fincada ao chão, envolta em chamas, tomada em um brilho único...

Um embrulho no estômago e uma sensação de mal-estar, eram duas das sensações que faziam parte do conjunto de sentimentos que pareciam dizer-lhe que retirar aquela espada misteriosa do chão era o certo a se fazer.

Contudo, ele ainda queria uma resposta. Uma resposta para tudo o que estava sentindo, para a batalha interna que estava tendo com si próprio. Era como uma guerra de múltiplos sentimentos que pareciam ser indistinguíveis, mas ao mesmo tempo distinguíveis...está confuso!

Uma voz em sua cabeça dizia a ele que todas as respostas que acaba de ver que precisa, viriam a ele logo, logo. Que só precisava ter paciência, manter a calma e esperar. Tudo acontecerá naturalmente, e que não têm que se desesperar ou ficar tão confuso.

Suas pernas pareciam mover-se involuntariamente, guiando-o ao centro de todas as suas dúvidas, a lendária espada conhecida por ser a mais afiada de todo o universo, a Excalibur. As suas mãos trêmulas são lentamente levadas até o cabo dourado da lâmina.

As chamas que a circundavam começaram a se dissipar, o brilho geminado diminuía-se conforme as mãos do jovenzinho aproximava-se da arma legendária. Com o toque, ela se apagou por definitivo em um único instante, o esplendor de toda área se extinguiu de imediato.

Não foi necessário muito esforço, ele a desprendeu no chão com uma pequena pressão exercida sobre a mesma. A ergueu no ar sem o mínimo esforço, proporcionando uma gloriosa visão aos irmãos, que o visavam estupefatos.

Uma imagem deslumbrante compunha a figura do garoto, que se ofuscara em uma resplendorosa silhueta em chamas, formando uma aura de fogo acesa em um par de asas e moldando a figura perfeita de um pássaro.

— Incrível...— Ryan jamais presenciara algo parecido. Cobriu seus olhos com o antebraço, protegendo o rosto daquele fulgor.

O seu clarão enfim desapareceu, trazendo escuridão ao território sagrado. A luz era necessária e, sabendo disso, Haru usou inflamou o seu chikara, que com seu brilho e magnificência, trouxe iluminação ao local.

Os irmãos correram até ele, que fitava confuso a arma que tinha em mãos.

— Como você se sente?— Nenhum tipo de mudança notável se manifestou no garoto, porém Ryan tinha em mente que, tratando-se de seres como ele, as aparências não significavam nada, por isso ele o questionou sobre algo.

— Eu não tô sentindo nada. Não mudei nada e nem consigo me sentir mais forte, será que deu alguma coisa errada?— Haru também não entendia. Todas aquelas sensações estranhas e raras antes de se encaminhar para a espada...não significavam nada?

— É óbvio que significaram, garotinho bobinho.— Uma voz que ele podia jurar jamais ter escutado em toda a sua vida lhe falou, quase como se tivesse lido os seus pensamentos.

— Hã? Quem foi que falou isso?— Escutou claramente a voz. Ele começou a procurar por ela, sem soltar a arma que tinha em mãos.

— Quem falou o quê?— Ryan, entretanto, não pôde escutar nada e também estava muito confuso, talvez tanto quanto Haru.

— Eu também escutei uma voz muito estranha, onii-san.— Sara, pelo visto, também fora capaz de escutá-la.

— Estranha é a vovozinha, ouviu!?— A mesma voz proclamou, só que visivelmente irritada, desta vez.

— Quem é que tá falando isso? Não sinto a presença de ninguém mais aqui...— Haru havia focalizado-se em procurar pela voz através da energia interna, porém, não encontrava nada.

— É porque eu estou conectado a você, cabeção.— Haru, desta vez, foi capaz de captar perfeitamente de onde vinha a voz.— Nossas energias se interligaram no momento em que você me retirou daquele chão, por isso, tentar me sentir é o mesmo que tentar se sentir.

— A-Ah, não pode ser! É a espada que tá falando!— Haru acusou — C-Como isso é possível...?

— A espada está falando? Mas eu não estou ouvindo nada!— O jovem Ryan ainda queria uma resposta.

— Shh!— Sara o repreendeu.

— Explica para o grandalhão ali que eu estou falando com você por telepatia e só quem tem o coração puro pode ouvir também.— A espada pediu a Haru.

— Ela me disse que tá falando comigo por telepatia, e depois me falou que só quem tem o coração puro pode ouvir o que ela tá me dizendo.— Haru a obedeceu.

— Ah, sim.— Ryan finalmente o entendera.— Mas o que ela está querendo dizer com isso? Eu não tenho o coração puro!?

— Onii-san, isso não é importante agora.— Sara sabia que aquilo iria dar em um monte de conversa inútil para a situação.

— Tem razão.— Reconheceu, tocando-a no ombro.— Vê se ela... se ela pode nos ajudar em alguma coisa!

— Tá bom, vou perguntar pra ela.— Haru a levou até a altura de seu rosto, preparando para comunicar-se com ela.— Ah...

— Não precisa ficar me passando informações, cabeça oca. Sou capaz de entender tudo o que ele diz, você não percebeu? Mas enfim, eu não posso fazer nada para ajudá-los.

— O quê? Mas por quê? Não é verdade que você pode expulsar todos os poderes ocultos de um samurai?— Haru rezava para que o que a arma acabou de dizer não fosse verdade, enquanto perguntava.

— Eu nunca disse que não posso fazer isso, só disse que eu não posso te ajudar.— Reafirmou, forçando um tom de voz cansativo.

— Explica isso direito.— Sara pediu.

— Se nós dois fomos capazes de fundir o nosso chikara a ponto de nos tornamos indistinguíveis por métodos sensoriais, significa que nós possuímos a mesma assinatura de chikara, você já tem parte do caminho andado. Agora, tudo o que tem que fazer é conseguir alguma forma de fazer essa energia que flui em mim "reagir".— Explicou.

— Entendi. Hã...— Ele pensava na próxima pergunta que iria fazer a ela.— E como eu faço isso?

— Você tem algum problema auditivo? Você mesmo terá que dar um jeito de fazer isso porque eu não sei, e mesmo se soubesse eu não iria te dizer.— Disse-lhe a arma, em resposta.

— Tá bom, tá bom, eu já entendi, não precisa ficar nervosinho.— Haru se assustou com o temperamento da lâmina. Ele sussurrou para Sara: — Ela é uma espada muito malcriada...

— Uhum, uhum.— Sara concordou.

— Alguém pode me explicar o que está acontecendo?— Ryan já havia se perdido completamente, estava sentado no chão, em pose de pernas de chinês, enquanto cavucava o solo.

— Ah, ela me disse que pra expulsar os meus poderes ocultos eu vou ter que fazer a energia que tá dormindo nela reagir à minha.— Foi o que Haru havia entendido.— Mas como é que eu vou fazer isso...?— Levou a mão até o queixo e começou a pensar, enquanto o coçava.— Ah, eu já sei!

O baixinho franziu o cenho e se pôs em guarda, apertando a espada com os seus punhos e cerrando os dentes, com os lábios entreabertos. Com um urro, ele se começou a inflamar todo chikara que havia adormecido em seu corpo.

Uma aura de energia em chamas se acendeu ao redor dele, sua presença foi completamente ofuscada pelo resplendor emitido por seu poder, a sua figura agora assemelhava-se a uma lâmpada. Seus urros eram acompanhados pelos sons dos tremores da terra.

Rachaduras se formavam pelo solo, a força das ventanias gerada eram tão arrebatadoras que desfiguravam o chão, quase retirando os dois irmãos do chão. Ryan se posicionou a frente de sua frágil irmã, e usava o seu corpo para protegê-la dos destroços que saltavam em suas direções.

— Tem uma quantidade de chikara gigantesca, parece que nunca termina...!!— Foi o que Ryan pensou enquanto olhava-o por cima dos ombros, impressionado com o garotinho que continuava a inflamar a sua energia.

Ele finalmente parou e, quando o fez, um número muito grande de "correntes" de energia dourada começaram a circular a espada que ele tinha em mãos, o clarão, logo em seguida, voou até ele e de modo simples, começou a girar em torno, fazendo-o levitar.

Suas asas se abriram involuntariamente, e sua auréola brilhava, como se reagisse a aquilo. O fulgor chegou até Ryan e Sara que de tão admirados, caíram sentados para trás, boquiabertos. Taparam as vistas para protegê-las do resplendor, que em pouco tempo ofuscou todo o lugar, consumindo a ambos instantaneamente.

Quando o brilho começou a dispersar, Ryan destapou as vistas, as levando, logo depois, até a figura do garoto. Os seus olhos foram se arregalando de tal forma que pareciam que podiam saltar de seu rosto a qualquer momento.

— F-Fantástico...— Ele verdadeiramente não acreditava no que via ali.

Logo nas costas da figura de Haru que aos poucos transparecia do clarão, ele pôde ver a imagem de Azin desferindo um soco, como se rugisse também. O poder que dele vinha, desta vez, era o maior que já pôde sentir em toda a sua vida.

Uma resplandecente aura em chamas cortava o chão, iluminando toda presença do garoto, que fitava impressionado a palma de suas mãos. Nem mesmo ele parecia acreditar na força que tinha, se viu espantado.

— Meus parabéns, você conseguiu.— A espada o parabenizou.— Eu agora não tenho mais dúvidas de que você é o garoto de quem ele tanto falava...

— Incrível, ele tá brilhando demais, ele tá muito forte!— Apesar de não ser capaz de sentir, até mesmo Sara conseguia perceber que algo havia mudado nele.

— H-H-Ha...H-Haru, v-você...— Ryan estava estupefato, sequer era capaz de falar.— V-Você tem alguma...i-irmã...?

— Irmã? Hã...que eu me lembre, não. Tem a Yue-chan e também tem a Kin, mas elas não são as minhas irmãs de sangue.— Respondeu sem ainda conseguir fazer com que o seu poder, que crescia cada vez mais, transparecesse através da aura.

— Se eu bem me lembro, a esposa de Azin estava grávida, só que de gêmeos, um menino e uma menina. Ele se parece muito com o Azin, foi o único que conseguiu erguer essa espada, depois dele. Será que ele é...um dos filhos de Azin...?— Ryan suspeitava seriamente da ideia que acabara de cogitar.

— É... é impressionante, eu me sinto muito poderoso! É como se eu pudesse fazer tudo o que eu quero!!!— Haru estava impressionado com a energia que revigorava o seu corpo.— Eu vou testar uma coisa, tomem cuidado!

Ryan e Sara assentiram, se puseram de pé e correram rápido, se movendo para as costas dele. Haru se posicionou, canalizou todas as suas forças e chikara no punho direito, inúmeras veias saltaram de seu punho, tamanha era a força que ele concentrava nas mãos.

Franziu o cenho e cerrou os dentes.

— ARGH! HA!— Gritou com todas as forças, desferindo um soco em pleno ar.

Toda a energia concentrada em seu punho se tornou um com o ar, misturando-se ao atrito formado pelo golpe efetuado. Um buraco se abriu no espaço / tempo, criando uma fenda dimensional que, logo depois, começou a atrair para dentro de si tudo o que estava por ali.

A fenda tinha em média o tamanho da cabeça de Haru, senão for um pouco maior. Sugava violentamente tudo o que encontrava a sua frente, o próprio Haru, inclusive, corria o risco de ser tragado por aquela fenda.

Haru sofreu uma queda muito grande de energia, e agora lutava para manter-se de pé. Curvou o corpo para frente enquanto usava as mãos para enxugar o suor que lhe descia a testa. Dentro de poucos segundos depois, o buraco sumiu.

— Impressionante, não consigo acreditar que ele fez isso só com a sua energia! É muito poderoso!— Ryan não tinha nem palavras para descrever o que acabou de presenciar.— Eu não duvido mais que ele seja o filho de Azin!

— Hahah...h-hahah, hahah...— o baixinho gargalhou, um pouco antes de cair inconsciente sobre o chão frio.

— Cuidado!— Ryan correu e o pegou com seus braços antes que ele caísse, tendo o seu corpo mole em mãos.— Se ele caísse daquela forma, com certeza teria se machucado.

— O Haru-kun vai ficar bem, onii-san?— Sara preocupava-se com ele, não somente por crer que será ele quem irá salvar o seu local de nascimento, mas também porque gostava dele.

— Vai sim, ele só está dormindo. Estava exausto quando chegou aqui, o desmaio aconteceria mais cedo ou mais tarde, usar a sua força dessa forma somente acelerou o processo.— Explicou-a.— Vem, nós ainda temos que curar o pé dele, depois vamos deixá-lo dormir em paz para descansar.

— Tá bom.— Disse em concordância, pouco antes de pegar do chão a espada dele e deixar sobre o seu corpo, que ainda descansava nos braços de seu irmão mais velho.

No mundo exterior...

Sete naves se aproximavam de Big Bright. Em poucos instantes elas atravessaram a atmosfera, dirigindo-se à torre, momentos depois de adentrar o planeta. A velocidade de locomoção daqueles objetos voadores era assustadora, em segundos eles chegaram ao topo da torre.

Esperando-os lá, estava Kikuchi. Com os braços nas costas e um sorriso presunçoso no rosto, com os olhos focados nas naves que seguiam em sua direção, ele os esperava para cumprimentá-los. Ele queria passar-lhes o seu próximo objetivo pessoalmente, para que ficasse bem claro.

As naves enfim aproximaram-se do poderoso líder, pousando no imenso terraço aberto da torre. Vários ruídos idênticos foram seguidos das escadas, que desceram da comporta inferior das naves azuladas e de formato arredondado.

Um alienígena, usando armaduras com as siglas da organização, desceu de cada nave. Todos eles andaram até Kikuchi e alegremente o reverenciaram. Kikuchi retribuiu a reverência, momentos depois lhes deu ordem para que retomassem sua posição normal.

— Kikuchi-sama, viemos o mais rápido que pudemos, desculpe-nos nossa demora.— Disse o rapaz de pele verde-musga, olhos de cor avermelhada, lábios cor de rosa, em estatura era claramente o mais alto de todos ali, além de ser o mais forte, fisicamente; seus cabelos eram vermelhos como os seus olhos e espetados como grama, despenteados. Ele trajava uma armadura de cor branca, porém com calças roxas.

— Estamos ao seu dispor, Kikuchi-sama.— Complementou um outro que trajava as mesmas armaduras que o rapaz que pronunciou-se primeiro; sua pele era roxa como uva, os seus olhos eram verdes como a pele de seu companheiro e ele era magro. Tinha três dedos nos pés e nas mãos, a cabeça raspada e orelhas pontudas.

— Eu sei que estão. Agora prestem atenção porque irei passar a vocês a sua próxima tarefa.— ele sorriu ao ver que todos assentiram, como sempre, demonstrando-lhe muito respeito.— Quero que cacem o talismã com a essência do elemento neve e recuperem a da terra, que está com esse pirralho aqui...— retirou uma foto de Haru do bolso de trás da sua calça.

— Mas Kikuchi-sama, o Yukuzo não estava trazendo o talismã de essência tipo terra pra cá? O que aconteceu?— Indagou-o o rapaz de aparência humana, porém com orelhas pontudas e olhos mais finos que o normal, de barba ruiva e olhos castanhos-escuro, estatura alta, corpo gordo e quatro dedos nas mãos e nos pés.

— Não está na cara? Ele foi derrotado. E eu não duvido disso, ele sempre foi um incompetente.— Um dos que, até então, apenas ouvia, lhe disse em resposta. Ele tinha a pele negra, estatura baixa, era gordo e de cabeça raspada, trajando as mesmas armaduras de seus demais companheiros.

— Exatamente. Mas antes quero avisá-los de uma coisa, peço a vocês que ponham assassinar o inseto da foto acima de tudo. Se eu estou correto, foi ele quem derrotou a base da White Volcano que se encarregou de dominar a Terra, e por isso ele vai me pagar!— Ele, mais uma vez, foi tomado pela fúria.— Não podemos permitir que esse garoto faça o mesmo conosco e nem que saia vivo depois de ter assassinado um de nós!

— Sim, senhor!— Concordaram todos, gritando em uníssono.

— Muito bem. Confio a vocês esse objetivo.— Entregou a foto de Haru nas mãos de um rapaz magro de pele avermelhada, cabelos brancos espetados, olhos cor-de-mel e estatura alta, trajava também as mesmas armaduras que todos os outros ali, com exceção de seu chefe, Kikuchi.— Dispersar!— E eles o obedeceram, mandando-se para diferentes direções.— Hahah, excelente! Esse fedelho vai me pagar por tudo o que nos fez, vai se arrepender de ter entrado no caminho dos White Volcano!Hahah!

Na Tribo Sagrada...

Deitado de barriga para cima com o corpo sobre o aconchegante colchão coberto por um fino lençol branco, o pequeno Haru, já vestido com uma toga branca dormia mais do que a cama, roncando o tempo inteiro com a legendária espada Excalibur deitada sobre o corpo. Sua auréola brilhava e vibrava, avisando-o do perigo iminente.

Furioso, Kikuchi ordena seus subordinados mais poderosos a assassinarem Haru, por ele estar atrapalhando os seus planos. No entanto, isso acontece na pior hora, enquanto Haru dorme para se livrar de sua exaustão! Haverá uma saída para isso...?!

Fim do décimo oitavo capítulo.

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19: O ataque da White Volcano: A ordem é de assassinato!

Cinco grandes naves de formato circular equipadas com janelas de vidro em sua região frontal que funcionavam como viseiras, dando total visão do mundo exterior aos que estavam a bordo seguiam voo pelos céus do planeta, deixando, pelos ares, um momentâneo rastro de luz que se apagava com o passar dos segundos.

Organizadamente enfileiradas, as cinco espaço-naves tinham em sua companhia dois guerreiros, que voavam livres pelos altos céus.

O samurai da esquerda tinha na bainha uma espada enorme com um fio impressionante, a sua lâmina brilhava em contraste com a atmosfera. Aquele que o acompanhava, no entanto, possuía em mãos uma foto de Haru.

O samurai de pele verde-musga que tinha em mãos a fotografia do garotinho que nesse momento dormia despreocupadamente, fez-se, repentinamente, frear o voo, parando em pleno ar.

Os outros logo após ele repetiram o gesto, apesar de metros de distância dele.

— Atenção.— Pediu ele. Durante todo o percurso que voaram até ali ele esteve pensando no que iriam fazer, em uma forma de concluir o seu objetivo o mais rápido possível. Durante toda a sua longa vida, pelo que se lembra, ele serviu à Kikuchi. Sempre foi leal e nunca falhou em uma missão, e não seria agora que falharia.— Soldados Nobuko e Azami, vocês seguirão para o Leste. Bunko e Chang, vocês irão para o Oeste. Grren e Chiharu irão para o Sul, e eu irei para o Norte. Eu vou me encarregar de acabar com esse fedelho — exibiu a foto — e vocês de localizar o inseto que engoliu o talismã. Muito bem, DISPERSAR!

Sua ordem foi acatada e todos arrancaram para as direções nas quais foram designadas, o último a partir foi Gioru, que fitava a foto de Haru com um sorriso perverso no rosto.

De acordo com o que acaba de saber, o menininho da foto foi quem derrotou a base de toda White Volcano que se localiza na Terra e derrotou Yukuzo, isso significa que ele não era um guerreiro comum.

Disparou em voo para a direção que ele mesmo se designou, no entanto, agora, mais animado. Há muito tempo não tem uma boa luta ou cruza com um samurai poderoso, desejava com todo o seu ser que o garotinho significasse um desafio a altura, pelo menos.

Por toda a sua vida tem andado de planeta à planeta mesmo que sem sair da Via Láctea, mas desde que se uniu à Kikuchi, parou de topar com bons inimigos, adversários que o divertiam.

Talvez esse fosse o seu único drama. Ficar tão poderoso assim pode tanto lhe trazer benefícios quanto malefícios, mas finalmente, após muito tempo, sentiu-se intimidado com um futuro adversário.

Na região Leste de Big Bright...

Centenas de cadáveres de inocentes encontravam-se espalhados pelo chão, todos largados relaxadamente, como se fossem lixos. Os rastros de sangue manchavam o chão, trilhando o caminho percorrido pelos guerreiros mais temidos da Via Láctea, dois White Volcanos.

Eles se deliciavam com a expressão de terror estampado no rosto de suas vítimas, que sempre tentavam fugir como ratos, mas eram rapidamente pegos e mortos.

Desta vez, os dois estavam de frente para um homem e toda a sua família da raça luminosianos, todos recuavam aterrorizadamente, encarando nas faces deles, o sorriso diabólico que cada um esboçava.

— Vou perguntar mais uma vez...— Nunoboko tinha em sua voz um tom ameaçador, que era complementado pelos seus punhos que continham apenas três dedos.— Aonde mora o filho do rei desse lugar maldito, o idiota que engoliu o talismã?

— D-Deixe-nos em paz! Não sabemos nada sobre isso!— Medo era perceptível no modo de falar do pai daquela família, composta por uma fêmea e sua filha.

— Ora, o que acha disso, Azami?— Nunoboko olhou para o seu companheiro, que com os olhos cerrados e os braços cruzados, só fez esboçar um sorriso.— Disseram que não sabem de nada, acha que eles estão dizendo a verdade?

— Sim, sem dúvidas. Esse luminosiano não passa de um inseto, além de estar borrando as calças de tanto medo.— deu-lhes as costas — Se ele soubesse, com certeza já teria falado.

O rapaz suspirou com alívio, esquecendo-se completamente de sua condição. Nunoboko sorriu, apontou a palma da mão aberta para ele em um sinal de pare e disparou, em seguida, uma esfera de fogo que explodiu o peito do homem, lançando-o vários metros para trás. A menina e a mãe ficaram em pânico.

Nunoboko e Azami gargalhavam.

— Papai!— Gritou a menina com os olhos brilhantes repletos de lágrimas e correndo até o cadáver do pai para socorrê-lo, se agachou ao lado do corpo ferido do patriarca e se pôs a chorar.— S-Seus... s-seus malvados!

— Corre para longe daqui, Flora, já!— Ordenou a mãe, já a ponto de ser assassinada. A mulher foi explodida em mil pedaços por mais uma esfera de fogo.

— M-Mamãe!— Gritou desesperada.

Nunoboko enfim pareceu ter notado a garotinha, que agora só fazia chorar angustiada, perturbada com a cena traumática que acaba de presenciar. Caminhou lentamente até ela, com um sorriso maléfico nos lábios entreabertos.

Ele se agachou na frente da garota que de tão assustada não era capaz de sequer se mover, só tremia e soluçava, com o seu rostinho banhado em lágrimas. Levou a mão até o topo da cabeça da menina e a deixou lá, como se fizesse um cafuné.

— Olha só que garotinha linda, Azami. Tem cabelos lisos, longos e roxos, essas características não te lembram a vadia que você matou no planeta Erbist alguns meses atrás?— Perguntou ao companheiro, que sequer o olhou, tamanha era a sua despreocupação.

— Isso não me interessa nem um pouco, mate logo essa fedelha e vamos partir para o próximo vilarejo.— Declarou, desinteressado.

— Sim, sim, você tem razão, não tem nada a ver, existem várias com essas mesmas características.— ele escorreu a sua mão até o rostinho da menininha, que franziu o cenho.

NHAC!

A baixinha encheu o peito de coragem e cravou seus dentes na mão daquele homem, que só fez gemer inaudivelmente. Perceber que a garotinha possuía dentes naturalmente afiados — como a maioria dos luminosianos — lhe deu a resposta do porque sua mão sangrava.

— Fedelha desgraçada!— Exclamou, desferindo um rápido tapa contra o rosto da luminosiana, denominada Flora por sua falecida mãe — Haha! Morra!

E a destruiu a sangue frio, lançando contra a pequenina mais uma de suas esferas em chamas. Nada restou da pequenina, além de pó. O rapaz com a mão ensanguentada saltou, posicionando-se logo ao lado de seu companheiro, que só fazia assistir a tudo de longe.

Deram as costas para a cratera em que se findou a vida dela.

— Você é mesmo um incompetente, enrolou tanto para matá-la que acabou com a mão esburacada.— Zombou o outro, não crendo que um dos guerreiros que compõe a White Volcano se deixou ferir desse jeito por uma garotinha.

— Eu só fui pego de surpresa. Vê se não vá dizer isso ao Isao-san ou muito menos ao Kikuchi-sama.— Pediu-lhe, já imaginando o que viria a lhe acontecer, caso um dos dois soubessem disto.

— O que vocês fizeram ao meu vilarejo...— Uma voz aclamou-os, fazendo-os olhá-lo ainda de costas, por cima dos ombros.— e a essa família... EU NÃO VOU PERDOAR!

— Ah, veja só, Azami.— Nunoboko foi o primeiro a virar-se para ele, enquanto Azami girou apenas o torso — Esse imbecil aí com toda certeza é o líder desse vilarejo, veja como é musculoso e a pose de machão dele.

— Seu chikara é muito pequeno em comparação ao nosso, ele não passa de um micróbio.— Declarou Azami, girando-se de frente pra ele.— Deixe que eu acabe com esse miserável.

— Vá em frente.— Nunoboko cedeu a vez.

— Grr!!— Rosnou.— Vou matá-los agora mesmo, malditos!

O líder do vilarejo agora desabitado elevou a sua velocidade além do máximo e investiu contra Azami, que se manteve parado com um sorriso formado nos lábios. O rapaz desferiu um soco direto contra o rosto do soldado, que parou o golpe usando apenas o dedo indicador da mão esquerda, enquanto mantinha o outro braço nas costas.

Mais socos como aquele foram desferidos da parte do jovem, no entanto, Azami não demonstrava nenhuma dificuldade em pará-los só com um dedo, e de sua pior mão. Ele não se movia um milímetro do local aonde estava e nem dava a entender que pretendia utilizar o seu outro braço.

O seu jovem desafiante saltou no ar, Azami apenas o observava fazê-lo, seguindo-o com os olhos. Ao finalmente retornar ao chão, ele desferiu um soco, como uma guilhotina, vinha de cima. Azami parou-o usando apenas o dedo indicador, moveu o mesmo para frente e lhe atirou contra o chão, deixando-o derrapar sobre o mesmo.

— Impossível...— O bravo luminosiano não conseguia acreditar no que estava lhe passando. Nunca antes foi tão humilhado, melhor, nunca antes havia sido derrotado, dentre os líderes dos vilarejos de todo o mundo, ele estava entre os mais poderosos.— Como pode ser que me vença com tanta facilidade...? Ele é...m-muito forte! Mas eu não vou me dar por vencido!

Se levantou com muita dificuldade e se pôs a correr até ele outra vez, porém antes que alcançasse a metade do caminho, foi parado por seu adversário, que o interceptou atravessando a sua garganta com o dedo indicador.

O líder da região recuou com as mãos sobre o pescoço, tossindo e espirrando sangue sem parar por nenhum momento. Em seu olhar havia terror, mas a sua visão ficou completamente turva. Jamais ficou de frente para um oponente tão poderoso.

Sorridente, Azami lentamente andava em sua direção, causando-lhe ainda mais terror.

— Cruel como sempre, Azami.— A crueldade era uma das coisas que Nunoboko mais respeitava e admirava em seu companheiro nas batalhas.— Mate logo o miserável. Ou será que planeja deixá-lo viver?

— Qualquer idiota que seja derrotado pelo meu dedo indicador não merece viver.— apontou para ele, novamente, o mesmo dedo, só que formou ali uma pequena esfera em chamas — Adeus.

Disparou o poder sobre o peito dele. A esfera se expandiu em seu corpo, devastando-o como uma britadeira faz ao solo. Com a explosão que sucedeu, ele desapareceu completamente diante dos olhos dos dois, que gargalharam e logo saltaram, dirigindo-se ao mais próximo vilarejo.

Na Terra...

— Por Kami...— Sachi estava aterrorizada com tamanha violência e brutalidade. Chorava descontroladamente frente a parede de água que compunha a sua técnica que, quando ativada, lhe possibilitava ver tudo o que estava acontecendo no local em que a pessoa em questão estava.

— E-Eles não tem coração!— Yue também estava horrorizada. Não tanto quanto Sachi, mas não conseguia acreditar nas coisas que estava vendo.

As duas estavam sentadas no meio da sala da pequena casa em que moravam com Naomi e sua avó, prestando atenção em tudo o que viam na técnica invocada por Sachi. Através daquela pequenina parede d'água, elas eram capazes de ver tudo de ruim que acontecia no planeta em que Haru estava.

— O que houve?— Naomi surgira do quarto. A moreninha de pele clara e cabelos curtos que, no máximo, desciam até os seus ombros, adentrou a sala, assentando-se ao lado das duas.

— Os samurais daquela organização que o Haru-kun, o Sora-kun e eu enfrentamos há três anos estão assassinando um a um todos os habitantes do planeta pra onde o Haru-kun foi. Dois vilarejos inteiros já foram dizimados.— Sachi foi quem lhe deu a resposta, trazendo-lhe espanto.

— Isso é terrível...!— O terror dela ao escutar aquilo foi grande.— Mas aonde está o Haru-kun?

— Ele está dormindo, mas é porque durante a sua viagem para lá ele ficou uns três dias sem dormir, e também se machucou sério, no caminho.— Sachi novamente lhe respondeu mas, para provar o que lhe dizia, ela mostrou-lhe imagens do garotinho de cabelos alaranjados dormindo angelicalmente sobre a cama, mas roncando demais.— Isso só está ficando pior, agora mesmo tem um cara muito estranho com a foto dele nas mãos!

— Haru-kun...— Naomi proferiu com pesar, levando os olhos até a imagem dele dormindo de barriga pra cima e babando, a sua cama já estava toda amarrotada.

— Naomi-chan!— Yue se levantou destemida, chamando-a com um olhar determinado estampado no rosto.— Pra onde foi o Sora?

— B-Bom, eu ouvi ele dizer pra vovó que ia treinar na montanha, como sempre faz a essa hora...— Foi a resposta da garota com voz suave e dócil.

— Sachi-chan, quantos teletransportes você consegue fazer hoje em dia?— Yue perguntou à pequena Yousei.

— O meu máximo... acho que 6. Por quê?— Ela sabia que alguma coisa Yue estava planejando, só não sabia o quê. Ela mesma não conseguia pensar em alguma forma de ajudar.

— Quero que você vá até o Sora-kun. Depois de chegar aonde ele está, leve-o até à Kin-sama no Reino de Áries. Contem a ela que o Haru-kun foi ao planeta sem o consentimento dela e diga que ele está correndo perigo, peça suporte a ela!

— Hai!— Assentiu e se teletransportou para onde sentia a energia de Sora, obedecendo-a. Quando abriu os olhos, percebeu que estava logo ao lado dele.

— Haaaa...!— Fisicamente esgotado, Sora concentrava todo seu chikara no centro das mãos, apontando-as para uma das montanhas que se localizava no Norte da área em que ele treinava, que já estava quase toda destruída.

— Sora-kun, preciso que venha comigo, rápido!— Implorou-lhe, o fazendo parar com o que fazia.

— Sachi — enxugou o suor que descia sua testa, virando-se para ela — O que houve, por que está tão nervosa?

— O Haru-kun corre sérios perigos, não tenho tempo pra explicar tudo, anda, vem!— ela voou até o ombro dele e o tocou, teleportando a si mesma e a ele dali.

Os dois se teletransportaram direto para a sala do escritório em que estava Kin, que dormia com o rosto deitado sobre a mesa.

Após acordá-la eles explicaram-lhe a situação, ela, como o esperado, ficou furiosa ao saber que Haru havia desobedecido sua ordem, e o mais provável de tudo, é que ocorreu com a ajuda de sua mãe, que ficou o acobertando todo esse tempo.

Kin teve um plano, mandou Sora usar o seu teletransporte para ir até aonde Kande estava. Ele se teletransportou para aonde pôde senti-la e, um minuto depois, voltou para a sala junto com ela.

— O que deseja, Kin-sama?— Perguntou, meio à reverência que prestava a ela.

— Eu quero que reúna todos os outros retalhadores aqui.— Isso foi tudo o que a jovem de cabelos loiros-rosados lhe disse.

— M-Mas senhora, o que de tão grave aconteceu para precisar de todos os retalhadores reunidos?— Questionou-a.

— Você vai saber quando chegar lá.— Respondeu-a.— Sora, eu imagino que o que você quer agora é testar as suas habilidades, não é?

— É claro.— O raishin sorriu e socou a palma da mão.— Eu não tenho uma boa luta há muito tempo, quero saber qual é o meu nível de poder atual.

— Muito bem.— ela arrastou a cadeira para trás, colocando-se de pé com os olhos cerrados e um sorriso no rosto — Quero que você use a sua técnica de teletransporte para levar a si mesmo e todos os outros seis retalhadores para lá. A missão de vocês será a de derrotar toda essa organização e trazer o cabeça oca do Haru em segurança!

— Hai!— Ambos assentiram, mas Sora, em particular, tinha um largo sorriso estampado no rosto.

Sora estava tremendo de ansiedade. Nos últimos anos, tudo o que tem feito foi treinar, treinar e treinar... tudo o que queria era ficar mais forte do que Haru e Kin, teoricamente ele achava que ainda não havia superado a força de nenhum dos dois, mas o que queria saber mesmo era na prática. Toda a empolgação que preenchia o seu peito sempre que tinha que enfrentar um inimigo poderoso quando era uma criança retornou. Ele estava feliz. Era estranho, mas estava feliz.

Kin finalmente descobre que Haru saiu da Terra sem a sua permissão, e fica furiosa. Logo após se inteirar da gravidade de sua situação, ela decide que o melhor a fazer é enviar Sora e os demais retalhadores ao planeta, para derrotarem todos os seus inimigos e o trazerem são e salvo! Muitas batalhas ferozes vem por aí, o bem ou o mal, quem irá vencer esta disputa pelo destino de toda a Via Láctea?!

Fim do décimo nono capítulo.

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20: O fim das ambições de Kikuchi!

Ryan subiu as escadas da tribo sagrada com um sorriso no rosto, ao lado de sua querida irmã mais nova. A sua confiança sobre o triunfo nunca esteve tão alta quanto está agora, presenciar a força assustadora que possuía o seu maior aliado o deixou assim.

Acaba de enfaixar o pé destroncado dele, imobilizar o osso que ele fraturou e de deixá-lo descansar em paz, para que quando acordar possa usar todas as suas forças sem nenhuma restrição quando fosse lutar, porque só assim ele seria capaz de derrotar Kikuchi.

Nunca chegou a ver o verdadeiro poder dele, por isso não sabia o quão terrível ele poderia chegar a ser, se lutasse a sério. Entretanto, alguma coisa lhe dizia que não precisava se preocupar com Kikuchi. Ao ver a figura de Azin sobre a de Haru, seu coração se encheu de calma.

Todavia isso, infelizmente, estava para chegar ao fim. O coração dele quase saltou pela boca quando sentiu duas presenças incríveis se aproximarem do vilarejo sagrado, local aonde estava nesse momento. Suas mãos tornaram-se trêmulas e seus joelhos bambearam.

Os dois possuíam chikara imensos, grandes demais para ser o de luminosianos, mas muito pequeno para pertencer à Kikuchi. Apesar de, de certa forma ser um alívio, ainda assim não fazia muita diferença, já que ambos eram muito mais poderosos do que ele.

— O que foi, onii-san?— Sara notou a preocupação na expressão de seu irmão mais velho, o mundo, para ele, parecia ter desabado. Ele estava desconsolável.

— T-Temos que fugir daqui o mais rápido possível, se esses dois nos acharem n-nós...— Ele não queria nem pensar. Não tinha nada a ver com ele, mas sim com a sua irmã. Não queria perdê-la, vê-la partir com certeza seria o fim de seu mundo.

— Onii-san...— Disse pesarosamente, tocando-lhe as costas em uma forma de consolo.

— Estão se aproximando muito rápido...!! Temos que sair daqui, nós não podemos ser pegos ou deixar que eles descubram sobre Haru. — Ele sabia muito bem que a morte de Haru significaria o fim definitivo de seu mundo, sabia perfeitamente que mesmo se se salvassem dos que estão se aproximando não adiantaria de muito, por isso, uma de suas maiores prioridades no momento, era mantê-lo a salvo.— Vem!

Em um movimento rápido ele facilmente ergueu Sara pela cintura e a jogou na cacunda, movimentando-se para longe dali o mais rápido possível.

Usar chikara naquele momento poria tudo a perder, seria o mesmo que usar um sinalizador para chamar a atenção de um avião de bandidos, quando se está tentando fugir deles.

Mesmo assim, não usar não iria fazer diferença, tendo em vista que qualquer movimento mesmo que mínimo era capaz de agitar essa energia interna adormecida em seu corpo.

Contudo, como pensou inicialmente, usá-lo agora só iria entregar a sua posição mais rapidamente, facilitando a sua captura e detecção. Desobedecendo uma das regras do solo sagrado — a de nunca correr por ali — ele correu, adentrando a floresta congelada.

Os dois mergulharam em completa escuridão, Ryan correu direto para o Norte, sem fazer ideia de para aonde estava indo. Não tinha nem como se preocupar com isso agora, o mais importante ali era se afastar dos guerreiros que estavam chegando.

É o talismã quem está facilitando tudo para eles. Sim, porque, a essência que ele contém, é a da neve. Kikuchi e seus guerreiros com toda certeza são inteligentes o bastante para saber que ninguém ali iria ser capaz de alcançar um poder tão raro.

Era óbvio que a essência da neve era a que estava com ele, por isso, encontrá-lo seria fácil. Isto é, enquanto estivesse com o talismã em seu estômago. Com a irmã sobre as costas, ele corria por entre as árvores congeladas.

Era muito difícil perambular por ali, não só por causa da escuridão mas também pelo frio e pelas árvores que estavam duras como pedra devido às camadas de gelo que as cobriam. O chão também não lhe facilitava essa tarefa, pois estava coberto por cristais afiados.

Se concentrou nas energias dos dois por um segundo e acabou por pisar falso, cortando o pé em um dos cristais pontiagudos do chão pelo qual passava. Com o ardor ele quase foi ao chão, no entanto foi capaz de resistir e continuar, tudo por sua irmã, que dependia disto.

A vida dela está em suas mãos! Salve-a, Ryan!

— V-Vai ficar tudo bem, eu não vou deixar que eles te peguem!— Prometeu à pequenina, que apenas assentiu nervosamente.

Uma gota de suor percorreu sua testa, a tensão do momento é perturbadora. Continuou andando por entre as árvores congeladas, o seu objetivo agora era chegar ao poço que se localizava no centro de tudo aquilo.

Continuou correndo, desvencilhando-se das árvores que via pelo caminho. Tomava cuidado também para não cair, pois o chão estava todo cristalizado, era extremamente fácil deslizar ali e também fatal, já que haviam estacas pontiagudas espalhadas por parte do chão.

Uma pequena chama de esperança se acendeu em seu coração. Finalmente chegou ao poço! Tinha que contar com a sorte agora, ele desejava com todo o seu ser que o poço não estivesse transbordando de água congelada.

A tensão de sua condição era tamanha que ele não conseguia se concentrar para lembrar se ele ou seu pai haviam enchido aquele poço nos últimos dias, dependia da sorte. Correu até lá e se debruço sobre ele, checando se havia algo lá.

— Isso!— Festejou mentalmente.— Vá! Desça, Sara!— Ordenou, ajudando-a no processo.

Ele se inclinou para frente deitando o peito sobre a borda daquele poço, usando o corpo como uma ponte para que a irmã pudesse ir até lá mais rapidamente. A menina era esperta; ela se inclinou para frente e agarrou-se a corda que descia os baldes d'água, descendo-a.

Enquanto ela descia Ryan a vigiava, olhando tudo a sua volta. Os dois continuavam se aproximando, com toda certeza já sabem de sua posição. Engoliu seco. Pensava em uma forma de atrair a atenção dos dois para si sem deixá-los chegar a sua irmã, sozinho poderia se virar.

— Onii-san, você não vem?— Perguntou a pequenina de olhinhos brilhantes e suplicantes.

— Não se preocupe comigo, apenas fique aí e não saia.— Disse-lhe como resposta, de maneira mais séria que o normal.— Vou dar um jeito de despistar esses dois, vou levá-los para bem longe daqui.— ele desviou seu olhar para os céus — Chegaram.

Ryan correu o mais rápido que conseguia na condição em que se encontrava, afastando-se ao máximo do poço em que deixou a sua irmã menor. Os dois chikaras continuaram a persegui-lo rapidamente, em uma frenética caçada.

Era como se ele fosse um urso e os dois os seus caçadores com espingardas, tinha que usar e abusar de seus instintos e habilidades pra escapar das mãos daqueles dois. Não somente por sua vida, mas pelo destino de toda a galáxia, que estava em jogo.

Ele parou para respirar ao se ver nos limites daquela floresta, se apoiando a uma árvore. Sabia que aquilo poderia lhe render a vida, no entanto ele estava exausto e com os pés cheios de cortes. Quando ele se dispôs a correr, já era tarde demais.

— Filhinho do rei! Idiota que engoliu o talismã! Apareça!— Gritou Grren, com as mãos ao lado do rosto para projetar melhor a voz.

— Droga! Mas já me localizaram!?— ele rapidamente apoiou as costas às árvores, escondendo-se, mesmo que fosse inútil. Ryan não retirava os olhos dos dois, que abriram a janela de suas naves só para melhor se comunicarem com ele.

— Sabemos que está aí, não adianta se esconder. Não seja bobo e apareça de uma vez.— Chiharu foi quem se pronunciou desta vez, só que com o mesmo sorriso sádico que seu companheiro.

Os dois esperaram por vários segundos, mas não obtiveram a resposta que queriam para a sua alegação: a presença dele. Tiveram que esperar mais, pois, independente do que acontecesse, não podiam matá-lo, o motivo era óbvio.

Grren levou a mão para fora da nave, apontou a palma para os céus e sorriu.

— Tudo bem. Mas enquanto não sair, nós vamos nos divertir só destruindo as ilhas e os vilarejos desse seu planetinha de merda.— Foi a sua ameaça, algo que só fez deixá-lo ainda mais aterrorizado do que já estava antes.

Ryan até pensou em sair e revelar sua posição, mas o medo que sentia era grande demais, o bastante para paralisá-lo. Olhou para si mesmo, logo depois direcionou o olhar para a palma das mãos, que tremiam exageradamente.

Não conseguia acreditar que estava com medo. Era um covarde, afinal? Tudo bem que não tinha chances de vencer e que se os dois o pegassem provavelmente seria o seu fim, mas o seu pai jamais faria algo assim. Ele nunca fraquejaria dessa maneira.

Ele foi o único que ousou desafiar Kikuchi, mesmo sabendo que não tinha chances de vencer!

— Perdoe-me, papai. E-Eu não sou como você.— Ele acabou por deixar o medo derrotá-lo naquela intensa batalha interna.

Tudo o que viu, a seguir, foi a esfera disparada cortar os ares e ir voando em direção ao vilarejo mais distante. É óbvio que ele não iria correr o risco de, ao destruir uma área próxima, acabar afetando Ryan com os abalos sísmicos e os destroços.

Um grande estrondo lhe entupiu as orelhas, mais uma ilha de seu mundo foi violentamente destruída por aqueles bárbaros. Os tremores fizeram-no ir ao chão, ele começou a pensar em todas as pessoas que haviam sido mortas naquela explosão.

De repente todo o medo que sentia se evaporou, e com lágrimas nos olhos ele saiu, entregando sua posição a aqueles assassinos.

— P-Por favor, não façam mais nada!— Implorou, com as mãos para o céu.

— Ah, veja só, Chiharu — Grren sorriu, apontando para Ryan — O ratinho finalmente saiu de sua toca.

As duas naves se aproximavam do chão, aterrissando devagar. O pouso das duas naves redondas se fez frente a Ryan, que olhava-os destemidamente. Desceram através das janelas, se puseram de pé e cruzaram seus braços, sorrindo para ele.

Deram um passo na direção de Ryan, que cerrou um dos punhos e o ergueu.

— Nem mais um passo ou o talismã será absorvido pelos meus ácidos estomacais...— Ameaçou.

— Tolo...— Uma voz soou sobre a sua orelha, em suas costas.

Ele sequer teve tempo de olhar quem era, foi preso em um golpe mata-leão e completamente imobilizado. Aos poucos foi perdendo a sua consciência, sentia seu corpo amolecer nas mãos de Chiharu que, apenas após isto, reduziu a força que usava no golpe aplicado.

Ryan descerrava os olhos desapressadamente, observando, de início, a área em que se localizava. Pelo que pôde notar, estava ao ar livre. Um forte clarão lhe tomou as vistas, queimando-as. As dores que ele sentiu a seguir foram ainda maiores, e cresciam rapidamente.

Olhou para os seus pulsos e notou seu sangue jorrando por eles, logo depois desviou o seu olhar um pouco mais para cima, foi aí que ele finalmente percebeu que sua mão direita estava perfurada por uma estaca de terra que a prendia contra o chão, assim como a sua outra.

Não só as suas mãos, mas também os seus pés. Estava total e completamente a mercê de qualquer um, deitado de barriga para cima e sem uma camisa cobrindo o corpo, que contava com desenhos de tipo cirúrgicos.

— O que está acontecendo? Aonde eu estou!?— Ele não via nada e nem ninguém a sua volta. Fez força tentando se libertar das estacas que prendiam suas mãos e pés ao chão, mas parou ao sentir a pior dor física que algum dia já chegara a experimentar.— Alguém me tire logo daqui!

— Ora, ora, veja só quem acordou antes do início da cirurgia.— Grren sorriu e tocou Chiharu no ombro, chamando sua atenção para o rapaz que acaba de despertar.

— Cirurgia? — Ryan só então percebeu o que significavam todos aqueles desenhos por seu corpo. Eles estavam tentando extrair aquele talismã de seu corpo sem matá-lo, para não pôr em risco a existência do artefato.— Me soltem logo, seus malditos!— Ryan ignorou a dor por completo e começou a se mexer.

— Quietinho, quietinho.— Chiharu se aproximou com uma espada e lhe calou a boca, tapando-a com a mão.— Se continuar se movendo assim nós vamos cortar algum vaso sanguíneo e você pode morrer só sangrando. Mesmo assim não faz diferença, já que iremos eliminá-lo depois de extrair o talismã.

— Você nos deu muito trabalho, garoto.— Grren ergueu o seu pé direito e o deixou na testa de Ryan, pondo um pouco do peso de seu corpo na mesma perna.— É bom que tenha acordado, assim poderá gritar de dor, durante a extração.

Os dois gargalharam e prosseguiram com o que faziam. Chiharu o intimidava, passando os dedos e a língua sobre a lâmina afiada de sua arma, deixando sobre a mesma um pouco de seu sangue. Grren só fez cruzar os braços e observar de longe, sorridentemente.

Chiharu estava prestes a abrir o estômago dele com a espada, no entanto parou, assim que uma pedra se despedaçou ao colidir com a sua cabeça. Os dois se viraram para a direção da qual a pedra fora lançada, juntamente com Ryan.

— Fiquem longe do meu onii-san!— Era Sara, apesar de não ser capaz de vê-la devido a posição em que ele estava, ele reconheceria a sua voz a quilômetros de distância.

— Olhe só que gracinha, Chiharu.— Grren tinha um sorriso sádico no rosto. Ele se aproximou dela e se agachou na sua frente.— Ela é a sua irmãzinha, não é? Interessante...

— Sara, fuja, rápido!— Ordenou.— Você não deveria ter vindo pra cá!

— Veja que interessante, Chiharu.— Grren atiçava a crueldade de seu companheiro de batalhas.— Isso não lhe dá uma boa ideia? Está pensando no mesmo que eu?

— Sim.— confirmou enquanto andava até ele — Torturá-la para que ele nós entregue o talismã será mais proveitoso, correremos menos riscos com isso.

— O quê?!— Ryan estava vivendo o seu pesadelo. Começou a se revirar pelo chão, tentando se livrar das estacas.— Fiquem longe dela! Não toquem nela! Sara, fuja daqui, já!

A pequenina tentou correr como o seu irmão ordenou ao ver que era o melhor a se fazer, porém foi parada na metade do caminho, após, com um simples pisão no chão, Chiharu formar ondas de pedras altas o bastante para atirá-la para cima.

Grren se moveu para as costas da garotinha e a estapeou nas costas, utilizando a menor quantidade de força possível. Ele a atirou para cima de Chiharu, que a agarrou pela gola da túnica na parte de trás e depois a deixou cair, brutalmente.

A pequenina agora tinha a marca vermelha e ardida de um forte tapa no rosto, além de ter ralamentos nos cotovelos, devido a forma como caiu sobre aquele chão. Ela engoliu o choro e se esforço para ficar de joelhos, porém teve o pescoço agarrado.

— SARA!— Ryan entrou em pânico.— SOLTEM ELA LOGO! NÃO TOQUEM SUAS MÃOS IMUNDAS NELA!

— Você não está em posição de exigir nada.— Chiharu lembrou-o, e com apenas um movimento de sua mão esquerda ele fez todas as estacas que prendiam os membros de Ryan se aprofundarem ainda mais nele, que se contorcia de dor.— Quero que veja isso, Ryanzinho. — ele atravessou levemente o braço de Sara com a ponta afiada de sua espada, deixando o seu sangue jorrar juntamente com os seus gritos e gemidos de dor.

— PARE JÁ!— Berrava com os olhos transbordando em lágrimas. — F-Fiquem longe dela...!!— Ele já não tinha mais forças para gritar ou ameaçar, vê-la sofrer havia acabado com seu espírito.— Eu...e-eu vou entregar o t-talismã, m-mas... fiquem bem longe dela.

— O que você acha disso, Grren?— Chiharu se afastou dela, lhe deixando só, de joelhos, com a mão sobre a profunda ferida que tinha no braço.

— Bah, acho que ele ainda não está falando sério, não conseguiu me convencer. Arranque esse braço dela e vamos ver se conseguimos fazer ele falar com mais firmeza.— Foi a decisão tomada por Grren, que até então só assistia calado.

— N-NÃO!— Ryan gritou.— Por favor não faça isso, e-eu posso entregar pra vocês tudo o que quiserem, mas p-por favor, não façam isso com ela, eu imploro!

— VOCÊ TAMBÉM NÃO ME CONVENCEU!— Gritou Chiharu antes de desferir o corte contra o braço da menina, usando a espada como se a mesma fosse uma navalha.

No exato instante em que o membro da menina estava para ser navalhado, Kande surgiu, a tomou em seus braços e saltou para bem longe dali, deixando Chiharu só, acertando o nada. Ao perceber que o que ocorreu ali foi a chegada de aliados, Chiharu se preocupou em ir garantir posse do corpo de Ryan.

Ele foi obrigado a frear na corrida quando um jovem entrou em sua frente. Ele claramente não era daquele planeta; os seus trajes só consistiam em uma camisa negra e sem mangas, bermudas com a mesma cor e chinelos de dedo.

Seus cabelos louros percorriam sua testa e escorriam seus olhos verdes claros, seu tom de pele era branco mas bronzeado, o seu corpo era muito bem definido para um jovem de sua idade; possuía um abdômen firme e musculoso que se emolduravam através daquela camisa que ele usava, seus braços eram rígidos e ele era alto.

Ele sorriu, sacando duas espadas para pôr-se em guarda.

— Meu nome é Gray Myiamoto, eu sou um dos retalhadores de Áries. E meu objetivo aqui é acabar com vocês!— Declarou, convicto de si mesmo. Um sorriso confiante se abriu em seus lábios. Em sua mente havia um único guerreiro, apesar dos inimigos com quem logo, logo teria que lutar.— Se eu quiser chegar ao mesmo nível que Arashi, não posso perder aqui. Eu jurei que nunca mais perderia para ele outra vez!

— Vá atrás da garota, Grren. Eu cuido desse aí.— Pediu, tendo a sua ordem obedecida pelo companheiro, que em seguida saltou em uma busca por ela. Desviou seu olhar para Gray, que se manteve na mesma, impassível.— Um retalhador, é? Já ouvi falar. Eu sempre quis saber o quanto eram fortes.

— Não estou surpreso por já ter escutado falar de nós, já que nós somos os melhores.— Se gabou, escorrendo a mão por entre os seus cabelos.— Mas não posso dizer o mesmo de vocês, não passam de bandidos sem créditos algum com a sociedade. Eu não consigo nem imaginar a minha vida sem as garotas, como vocês conseguem?

— Não passa de um idiota.— Chiharu se pôs em guarda — Pare já de dizer essas besteiras e vamos ao que interessa. Vou fazer você pagar por ter insultado a White Volcano te desmembrando lentamente enquanto você assiste acordado.

— Que coisa mais descortês de se dizer — Gray também se pôs em guarda — Só não ouse tocar no meu belo rosto, entendido? Eu não posso perder pro Arashi nem em beleza!— Exclamou, jogando os seus cabelos para trás com o mover do rosto.

Milhares e milhas distante dali...

Com um sorriso presunçoso no rosto e as mãos por dentro dos bolsos de sua bermuda azulada, Sora contemplava a visão que tinha do planeta, da montanha em que estava. Suor descia o seu peito nu, o calor que fazia ali era grande demais até mesmo para ele.

Em seu ombro estava a pequena Sachi, que em silêncio e com os olhos fechados parecia concentrar-se em algo. Tentava localizar o chikara de Haru, porém não conseguia, o que significava que ele ainda não havia acordado.

— Conseguiu localizá-lo?— Sora perguntou.

— Não, ele ainda está dormindo.— Respondeu, desistindo de lhe localizar.

— Veja se consegue localizar o ser mais poderoso que há entre os nossos inimigos.— Pediu, ansiosamente. Não havia um jeito de ele esconder, estava muito ansioso por enfrentar algum inimigo realmente poderoso.

— Todos tem poder o suficiente para destruir todo esse planeta sem nenhuma dificuldade, mas dois deles se destacam, o dono de uma dessas está bem longe daqui, e o outro...ele sim é o que mais me preocupa. Desde a Kin-sama e o Santsuki, eu nunca pude sentir tanto chikara reunido em um lugar só.

— Esse deve ser o tal do Kikuchi de quem a Kin falou. Eletrizante!— Sora não se conteve e exclamou alegremente, socando a palma da mão esquerda.

— Baka!— Sachi gritou, golpeando-o com o seu soco mais forte no topo da cabeça.— Isso é muito sério, não percebe!?

— É claro que eu percebo.— Disse sorridente, coçando a região golpeada.— Será hoje, e por minhas mãos, que esse tal de Kikuchi irá encontrar o fim de suas ambições!

Nem Sora e nem Isao conseguiam conter a imensa vontade que tinham, de enfrentar o maior inimigo de suas vidas em uma batalha até a morte. A ansiedade era tamanha, que os fazia tremer. Pensar na possibilidade de que isto estava para acontecer os fazia sorrir, deixava os dois felizes. Sora não via a hora de lutar!

Sora e os retalhadores chegam no momento mais propício! O encontro de Gray com Chiharu promete uma batalha violenta, assim como Sora e Isao, que estão ansiosos para enfrentar um inimigo poderoso! No próximo capítulo, Gray contará o porque de ser tão paranoico em relação a Arashi!

Fim do vigésimo capítulo.

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21: A obsessão de Gray!

O novato no grupo dos retalhadores de Áries girava suas espadas nos dedos enquanto em guarda mantinha o foco em seu adversário. O jovem Gray não conseguia parar de sorrir, estava mais ansioso do que nunca.

Kin e os outros membros do conselho com certeza estão vendo-o agora. Essa era a sua chance de mostrar a todos que amadureceu, que se tornou mais forte e, o mais importante, que superou Arashi, seu rival de longa data.

Olhando nos olhos de seu oponente, Gray podia visualizar a face de Arashi, isso era o que lhe daria motivação para vencer aquela luta. Sim. Podia vê-lo. O mesmo olhar frio analítico e o rosto inexpressivo, duas das características que passavam sobre ele a impressão de um homem sem sentimentos, calculista.

Aquilo era uma das muitas coisas em Arashi que o irritava muito. Ele parecia nunca se importar com nada, fazia as coisas somente com um ótimo motivo e sempre dava um jeito de sair vitorioso de qualquer situação. Sempre fazia tudo certo, recebendo elogios até o fim do dia.

Gray trincava os dentes toda vez que se lembrava do dia em que fora derrotado por ele em sua segunda maior especialidade — a sua maior especialidade eram as garotas —, a arte samurai. Mas de certo modo devia-o agradecimentos.

Pois foi graças a ele que aprimorou suas habilidades e se tornou o que é hoje...

Flash back

Gray levou sua mão livre à cintura, permitindo que um pequeno e presunçoso sorriso se formasse no canto de seus lábios. A outra mão ele mantinha sobre o cabo de sua espada, apoiando a lâmina sobre o queixo de seu adversário.

Só mais um dentre muitos ali que caíram perante suas grandes e impressionantes habilidades.

A arena em que estava era composta do mesmo material que o restante do chão, embarreirada por uma pequena muralha de terra. O campo de batalha era amplo e espaçoso, porém sem iluminação. Toda a superfície do pequeno estádio estava desfigurado, esburacado.

Próxima a porta de saída, Kin assistia com indiferença. Os braços estavam cruzados frente ao aparentemente frágil corpo e sua mente parecia estar em outro lugar, qualquer um que olhasse perceberia que ela não se importava com o que ocorria.

O uniforme que ela trajava era característico de todo membro do grupo, consistia em uma saia negra que passava um pouco de seus joelhos, uma camisa branca com mangas e um logo do Reino de Áries além da bainha, que guardava a sua espada.

Seus pés estavam calçados com um par de botas negras que impacientemente batiam sobre o chão, assim como os dedos de suas mãos, que tamborilavam em seu braço. Os cabelos louros estavam amarrados em um penteado rabo-de-cavalo, arrumadíssimos.

— Gray é o vencedor e avança para as finais.— Anunciou Hayate, um dos candidatos a futuro conselheiro.

— O Gray-san é o melhor!— Declaravam as meninas.

— Ele com toda certeza vai ganhar isso e se tornar o mais novo membro do grupo dos retalhadores!— Exclamou animada uma outra, que devia ter a mesma idade que Kin.

— Ei, você não acha a Kin-sama uma sortuda?— Ela podia ouvir os cochichos.

— É, vai ser parceira do garoto mais gato de todo o reino!— As duas concordaram, dando pulinhos e gritinhos entusiasmados depois.

— Bando de idiotas.— Era a opinião de Kin sobre as meninas que só sabiam venerar o Gray, e que só foram ali para vê-lo em ação.

— Hanzuki-sama.— Hayate chamou pelo ancião, que também é o líder de todo o Reino de Áries.— Por que permitiu que essas meninas viessem ver? Com exceção de Kin, nenhum dos outros retalhadores está aqui...— Sussurrou.

— Ah, relaxe, Gaki.— Hanzuki riu — Hahah. Acho que não tem mal nenhum. Todas essas meninas passaram a semana inteira me perturbando, pedindo pra que eu permitisse que elas o assistissem. Se elas se interessam nisso, que mal tem?

— Ele não sabe que elas estão aqui por causa do Gray? Todas as minhas suspeitas estavam certas: quanto mais forte você é, menos inteligente será quando o assunto for o amor...— Pensou, ao ouvi-lo dizer aquilo.— Muito bem, que suba o outro participante classificado para as finais, Arashi Suzume.

Os passos do jovem que lentamente se desvencilhava de todas as sombras ecoavam por todo o estádio. O rapaz misterioso trajava roupas totalmente pretas e uma touca que lhe cobria o rosto, apenas os seus olhos azuis como o oceano cristalino estavam à amostra.

Sua jaqueta de couro fino era negra, mas se destacava devido ao brilho de todos os seus zíperes. Nenhuma parte de sua pele ficava exposta, exceto pelas aberturas em seus olhos mãos, nas luvas sem dedo que ele calçava.

Ele era alvo de olhares e comentários. A sua presença chamou a atenção de Kin, que pela primeira vez se viu interessada em algo ali. O jovem misterioso lentamente se encaminhava para a arena, parando no caminho para reverenciar Hanzuki e Hayate, que retribuíram-no.

Continuou andando até a arena, cruzou a entrada e só parou de andar após ficar de frente para Gray, que, assim como os outros, só fazia fitá-lo curiosamente. Não se ouvia nada além dos cochichos, dos comentários das meninas.

— Por que ele está usando essa máscara?— Uma das meninas que estavam próximas a Kin cochichou para a outra.

— Vai saber. — deu de ombros — Samurais são todos diferentes de nós, nem parecem que são humanos. Com exceção do Gray-san, é claro!

— Se os dois estiverem prontos, podem começar.— Hayate deu início ao combate.

— Você...— Gray deu um passo em direção ao seu adversário, que não se moveu um milímetro de onde estava — Derrotou sem se esforçar todos os participantes candidatos à retalhadores para chegar até aqui, mas em nenhum momento retirou essa touca. Por quê?

— Não tenho nenhum porquê que vá lhe interessar. Só sou muito tímido, não gosto de atenção.— A resposta do jovem foi curta, seca e grossa. Havia frieza em sua voz rouca, assim como em seu olhar.

— Não se preocupe, todas estão prestando atenção em mim.— ele sorriu e deu uma piscadela para as meninas, passando a mão por entre os cabelos. Em resposta, todas suspiraram.— Por isso eu acho que ninguém vai julgá-lo, se você for deformado ou algo assim. Tire-a, em respeito a nossa batalha, guerreiro mascarado.

— Eu já planejava fazer isso cedo ou tarde mesmo...— ele levou a mão até o peitoral, enfiou os dedos por uma pequena abertura e em seguida puxou a touca, descolando-a da camisa e revelando seu rosto lentamente.

— Por que fazer todo esse mistério?— As meninas sussurravam.

— Vai ver ele é feio mesmo e tem vergonha.— A outra cochichou em resposta.

Kin somente prestava atenção, sem dizer ou fazer nada. Aquela foi a primeira vez que se viu interessada em alguma coisa, não sabia o porquê disso. Alguma coisa nele a chamava atenção. A verdade é que ela torcia para que ele vencesse a batalha, já que o que menos queria era ser parceira do Gray.

A frieza da energia emanada de seu corpo aumentava, conforme ele revelava a sua face. Parte de seu queixo já estava a amostra, mas em um único puxão ele retirou a touca, jogando-a sobre suas costas. Um silêncio profundo se apossou do local.

Levou as mãos nuas até os cabelos lisos e negros, que estavam desgrenhados. Ele terminou de arrumá-los e os deixou escorrer sobre a sua testa, seu penteado habitual. O brilho de seus olhos azuis e toda a palidez de sua pele se destacavam em suas roupas negras, na escuridão do local.

O rosto alvo, perfeitamente esculpido e demasiadamente liso, totalmente livre de qualquer marca, cicatriz ou outra imperfeição era o responsável por guiar o seu olhar analítico para o oponente. Sua face não esboçava qualquer sentimento.

O rostinho de Kin corou. Ele conseguia ser ainda mais gatinho do que o imbecil do Gray, pelo menos em sua opinião. Ela preparava sua paciência para os comentários e os gritinhos histéricos que logo, logo chegariam.

— E-Ele é perfeito.— Foi o primeiro comentário. De muitos.

— Olha só, até a Kin-san ficou encantada!— Comentou a outra.

— N-Não sejam estúpidas! Digam isso de novo e eu explodo a todas, ouviram?!— Ameaçou-as em uma explosão de fúria, deixando-as amedrontadas.

— Bem. Vamos começar, então.— Gray se posicionou, com suas duas espadas em mãos.

—... Mas só por curiosidade, que diferença isso faz?— O jovem Arashi que agora era alvo de olhares apaixonados e de suspiros deu continuidade a sua frase. Não obteve resposta a sua pergunta.— Já é hora de começarmos. Vou ensiná-lo uma lição, uma que, pelo que eu pude notar, você ainda não aprendeu.

— Eu entendi bem ou você está dizendo que vai me surrar? Com isso eu só confirmo o que já imaginava ao vê-lo sem a touca: é só mais um idiota com excesso de confiança.— Ele sorriu levando as suas mãos até as costas, retirou de lá cinco adagas.

Arashi esticou o braço para frente e, na palma da mão, moldou a sua espada de gelo. Ele a pegou pelo cabo e se manteve em guarda, se preparando para a luta. Mas estava confiante de que venceria. Tudo devido a um "ponto-fraco" que notou nele...

— E-Elemento gelo...?!— Kin estava incrédula.

— Então, esse é o dominador de gelo de quem o senhor falou a nós aquela vez, Hanzuki-sama?— Hayate olhava curioso para Arashi, como se o analisasse.

— Sim. Contando com Yuno, ele é um dos poucos que conseguiu sair vivo do massacre que houve num vilarejo pobre, distante daqui. A última vez que conversei com Kazu ele só falava nesse garoto. Ele me disse que esse pirralho atingiu o nível gelo no treinamento de evolução elemental quando ainda tinha somente sete anos, quando mesmo eu levei quase toda a minha vida pra conseguir isso...— Foi a resposta de Hanzuki.

— I-Isso é surpreendente, nunca antes ouvi falar de algo assim...— O jovem Hayate se impressionou com a habilidade do garoto. Algo assim era impossível na concepção de Hayate, escutar isso foi mais do que o suficiente para considerá-lo um verdadeiro fenômeno.

Kin e Hayate estavam mais focados do que nunca na batalha. Os dois puseram-se em guarda, a luta começou no momento em que o Gray lançou contra Arashi todas as adagas que tinha em mãos, com rota linear, só que o cercando.

Graças a seus reflexos apuradíssimos, Arashi conseguiu seguir o seu primeiro movimento naquela luta. Com as duas espadas em mãos Gray se moveu para uma das muitas adagas que voavam a esquerda de Arashi.

Com mais um movimento super veloz ele cortou para seu outro lado. Movimentou-se mais uma vez mantendo a velocidade, mas para o ar. Arashi captou todos os movimentos dele, o que ele, de forma alguma, podia esperar.

No ar, Gray moveu as suas lâminas para baixo como se fosse uma guilhotina. Arashi foi mais rápido e pôs a sua espada na frente, se protegendo do corte, que poderia vir a ser fatal. Gray arregalou os seus olhos, aquilo jamais havia acontecido.

Geralmente tinha que parar para não assassinar seus inimigos. Entretanto, ele não parou por ali. Soltou as suas espadas no ar e se moveu para a adaga mais próxima de Arashi desferindo o corte. No entanto, Arashi mais uma vez bloqueou o movimento com a espada.

Gray estava abismado. O sangue lhe subiu a cabeça, ele agora o atacava com mais vontade, mais fervor. Ele agora se movia para todas as adagas que estavam pelo ar a uma velocidade assustadora, porém não era capaz de cortar Arashi ou sequer tocá-lo.

Ele que habilmente bloqueava todos os seus movimentos. Kin e todos os outros que os observavam estavam atônitos. Sobre olhos normais eles se tornaram invisíveis, somente Kin, Hanzuki e Hayate eram capazes de seguir seus movimentos.

— É muito rápido!— Arashi também estava impressionado com a habilidade de Gray, que, aleatoriamente, se movia para as armas que ele mesmo lançou, desferindo cortes sem parar.— Basta um descuido meu para eu ser feito em pedaços...!!

Gray sorriu. Para terminar a sequência, ele se moveu da maneira mais veloz que conseguia, com a certeza de que ele jamais iria ser capaz de antecipar aquele movimento; ele se lançou ao ar para pegar as espadas que anteriormente largou, agarrou ambas e voltou.

O corte duplo foi desferido como um par de guilhotinas furiosas, movimento onde Gray encontrou a frustração, pois tudo o que pôde atingir foi o nada, o vento. Olhou para as próprias costas a tempo de notar a espada de gelo que pertencia a Arashi.

— O quê!? Impossível!— Gray estava incrédulo. Como não pôde ver aquele movimento?! Nem um vulto sequer!

Como um relâmpago, Arashi agarrou sua espada pelo cabo e a recolheu, assassiná-lo não era o seu objetivo. Tudo o que fez foi lhe atingir com a faca da mão na nuca, atirando-o contra o chão. Todas as adagas continuaram o seu trajeto, voando para longe dali.

Gray girou, estava pronto para se erguer e continuar. Entretanto, foi rendido por Arashi, que pôs a lâmina de sua arma no queixo dele e o ergueu.

— Desista. Você perdeu.— Declarou confiantemente. Tudo o que escutou depois foram os suspiros apaixonados das meninas.— A sua habilidade em Kenjutsu é impressionante, o seu único erro foi confiar demais nas aparências. Porque derrotou o meu amigo sem problemas, você presumiu que faria o mesmo comigo. Enquanto desferia os seus ataques você focou os olhos demais em mim porque não imaginava que eu fosse mais rápido do que você, assim acabou se esquecendo de sua capacidade de sentir o chikara.

— O candidato Arashi Suzume é o vencedor da batalha final e por causa disso é o mais novo integrante do grupo dos retalhadores. Nós queremos agradecer a todos que prestaram o teste, pedimos que não percam o ânimo e que esperem para se inscrever futuramente.— Gray só ouvia as palavras de Hayate, caído, declarando-o um perdedor.

Ver Arashi lhe dar as costas, acompanhado por aplausos e pelas garotas, que agora o cercavam. Kin o olhava estática. A retalhadora franziu o cenho e saiu pela porta, não estava com paciência para ouvir os comentários das meninas fúteis que se encantavam com qualquer rostinho bonitinho que aparecesse.

Fim do flash back

— Arashi, depois daquele dia, eu prometi que nunca mais voltaria a perder para você. Treinei e me fortaleci, vamos ver o que acontece. — Pensou com um sorriso singelo nos lábios, preparando-se para dar início a batalha. Lançou as suas espadas para o alto, levou as mãos até as costas e retirou de lá as suas adagas.— Em minhas batalhas, sou eu quem faz o primeiro movimento!— lançou-as contra ele com todas as suas forças — Vamos ver como você se defende!

Chiharu se manteve parado, como Gray se lembra que Arashi fez aquele dia. Podia até mesmo vê-lo ali, era incrível. Mas não irá falhar, não cometerá o mesmo erro. Agora está mais rápido e mais forte, além de tudo, tem uma carta na manga.

....

Com Sara nos braços, Kande corria o mais rápido que conseguia, fugindo de seu perseguidor. A pequenina chorava assustada com toda a quantidade de sangue que o corte em seu braço expelia, o que fazia o coração da tão sensível Kande em pedaços.

Sentiu a presença de seu adversário pairar sobre suas costas. Ela olhou para trás e o viu lá, mantendo-se em pé de igualdade com ela, naquela perseguição. Despistá-lo não seria possível, já que corriam em uma zona aberta.

Não que estivesse com medo de lutar, mas não poderia fazê-lo com Sara no colo. Continuar fugindo parecia o certo a se fazer, tinha que chegar à Sachi e Sora, aonde a menina teria seu ferimento curado sem deixar cicatrizes.

— Pare de fugir, covarde!— Gritou Grren, Kande o ignorou — Vai continuar fugindo, é?— ele de repente parou de correr e saltou o mais alto que podia, alcançando grandes alturas. Kande se preocupou, não sabia o que ele pretendia com aquilo.— Vou destruir todo o país!

— N-Não faça isso!— Pediu, freando a corrida. Derrapou e se pôs se frente para ele sem soltar Sara, girando o torso.— Parei de fugir, me enfrente!

— Tarde demais.— Grren esticou a palma das mãos para o céu e fez surgir uma esfera de ar com tamanho pouco superior a de uma bolinha de gude, mas com poder destrutivo assustador. — Morram!— Gritou, disparando-a contra a superfície.

Sabendo que não tinha como fugir devido a estar com Sara, ela resolveu tentar resistir à explosão. Abraçou Sara envolvendo-a com o seu corpo e se preparou para o impacto. Segundos se passaram e nada lhe aconteceu.

Separou-se de Sara e olhou em volta. Olhou para frente e pôde ver Sora, fitando o horizonte. Procurava alguma coisa, algum norte que lhe dissesse aonde está, mas não encontrava nada. Não entendia nada. Sachi, de repente, parou no ar sorridente, de frente para ela.

— Está tudo bem, não vamos ser atingidos pela explosão aqui. Só sinto por não poder dizer o mesmo daqueles que moravam no país que ele destruiu...— Disse a pequenina, com certo pesar.

— Aquele maldito...!!— Kande tremia de raiva. Os tremores da destruição chegaram ali, junto com o peso das vidas que se perderam na explosão.— Leve-me para lá agora, Sora! Eu vou fazer ele pagar por ter feito isso!

— Está confiante de que pode vencê-lo?— Perguntou-lhe ele, se aproximando lentamente dela. Kande assentiu.— Bem, então vamos.— a tocou no ombro e se teletransportou dali, com ela.

— Não se preocupe, aquele homem malvado não está mais aqui, a Kande-san foi derrotá-lo.— Simpática e amável, Sachi falou com a pequena Sara, que se surpreendeu com seu tamanho, mas ignorou.

— O m-meu braço tá doendo muito...— Declarou, com a mão sobre a ferida, soluçando com o choro.

— Não chore mais, eu vou te curar.— Afirmou, aproximando-se a voo da ferida dela.

Sachi direcionou seu chikara para o ferimento de Sara, que pouco a pouco desaparecia numa fumaça de energia. Sara não pôde deixar de ficar surpresa, jamais havia visto algo parecido. Lentamente todas as esperanças que perdeu ao ver seu irmão tão ferido e impotente perante aqueles malvados que quase deceparam-lhe o braço foram retornando a seu coraçãozinho.

Gray está determinado a ganhar sua batalha, assim como Kande, que parte em busca de seu inimigo para vingar todas as vidas que ele ceifou ao destruir um país. No entanto, Haru ainda segue dormindo e Kikuchi está a solta. O que acontecerá, caso ele decida se envolver na batalha?! Haverá alguém ali além de Haru capaz de detê-lo!?

Fim do vigésimo primeiro capítulo.

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FanFic será arquivada, pois esta sem atualização a 1 mês, caso o autor queira reativa-la me envie uma MP com o pedido.

Fanfic Bloqueada e Arquivada

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